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Ataque preventivo de Israel ao Irã está no horizonte

Caio Binder

O tempo regulamentar se esgota para Israel. O governo Netanyahu está mais pessimista sobre o impacto de sanções internacionais e das negociações diplomáticas, sobre as quais nunca depositou muita fé. Com o desfecho frustrante e na ausência de uma ação militar americana contra as instalações nucleares iranianas, Israel poderá lançar seu ataque unilateral já no primeiro semestre de 2011. 

Existem advertências, como a do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, de que tal ataque não funciona. Apenas adiaria o programa nuclear iraniano, que, na avaliação de boa parte da comunidade internacional, tem a bomba como objetivo final.

Há também as advertências de que as consequências militares, geopolíticas e econômicas de tal ataque preventivo serão intoleráveis. O raciocínio de Israel é inverso. É a bomba iraniana que terá consequências intoleráveis, inclusive existenciais, para o país. Você pode tomar o caminho que considera correto neste debate, mas fique seguro (ou inseguro) que, para qualquer lado, o terreno estará minado.  

Um jornalista muito mais bem informado do que eu, Jeffrey Goldberg, entrevistou 40 figuras influentes do complexo militar-político-acadêmico de Israel, para uma reportagem na revista The Atlantic. Goldberg se convenceu que é provável que um ataque israelense de fato venha aí nos próximos meses se os americanos não tomarem providências antes. Aliás, este foi o apelo a Washington de vários dirigentes do mundo árabe, de acordo com os documentos secretos divulgados pelo site WikiLeaks. 

Outro insider, Martin Indyk, ex-embaixador dos EUA em Israel, acredita ser mais provável que os EUA bombardeiem o Irã e não Israel, Como se vê, existe uma guerra de informações entre os bem informados. Um dia, serão revelados documentos realmente esclarecedores sobre os bastidores do processo decisório na crise nuclear iraniana.

Fixar datas para um ataque é altamente arriscado. E o mero aceno faz parte da guerra psicológica. De qualquer forma, no caso de Israel, existe uma lista de condições para uma ação militar: contínuas exortações por Mahmoud Ahmadinejad e companhia pela destruição do estado judeu, fracasso completo das pressões diplomáticas e sanções, assim como dos esforços clandestinos (sabotagem, guerrilha cibernética e assassinato de cientistas) para sustar os avanços nucleares e, obviamente, a viabilidade técnica de uma operação. 

Outras condições estão se amadurecendo para um ataque: existe crescente preocupação em Israel com a sofisticação do programa de mísseis iranianos e os triunfos republicanos no Congresso em Washington encorajam os pendores israelenses para uma ação preventiva.

Nos cenários especulativos, é fundamental tomar nota do que está falando o guru estratégico israelense Efraim Inbar, diretor do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat, da Universidade Bar-Ilan. É sintomático que seu mais recente ensaio tenha saído na publicação do establishment militar americano, Defense News. O julgamento de Inbar é fulminante: “Infelizmente, a diplomacia esgotou seu curso, enquanto sanções econômicas geralmente são fúteis. Somente a ação militar pode deter a corrida iraniana por armas nucleares”.

Este senso de inevitabilidade nas recomendações de alguém do calibre de Inbar nos remete à frase de efeito do senador John McCain, aquele derrotado por Barack Obama nas eleições presidenciais americanas de 2008. McCain disse que só existe uma coisa mais grave do que um ataque contra as instalações nucleares iranianas: é o Irã com a bomba nuclear.

Talvez um bombardeio contra o Irã não resolva as coisas. Quem sabe, até piore. Mas se o Irã tiver a bomba, o Oriente Médio e o mundo ficarão ainda mais perigosos.
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1 Comentários
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  1. Israel ou EUA, eis a questão, quem fará ataque ao Irã? Pelo entendido da matéria acima êle será feito. Entende-se que não por americanos; êles não suportariam um terceiro fiasco militar e essa tríplice invasão em território alhêio, ao mesmo tempo. Vislumbra-se que êsse ato não será um passêio, e alianças serão feitas ao arrepio dos gêmeos lá do início do comentário. Que tal a Rússia lado a lado, e na cauda de sião alguns paises árabes; na China, nem pensar, mas como licença poética, pelo absurdo da ivestida, pela convulsão geopolítica, de repente esta absurda aliança, também venha a ocorrer. Bom, não se deve dispensar essas possibilidades. Fidelidade canina real, só entre os gêmeos. Outra associações acontecerão ao bel interêsse de outras causas ou de outros comércios. "Queres a paz, prepara-te para a guerra". Alguns atores envolvíveis nessa saga, devem estar baseados neste aforisma. O ideal seria a paz pela paz. Um vizinho agressivo, sempre atrái agressão.

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