JERUSALÉM - Israel aprovou nesta quarta-feira, 17, a retirada de suas tropas do norte da cidade de Ghajar, situada no sul do Líbano e ocupada pelas forças israelenses desde a guerra contra a milícia islâmica Hezbollah de 2006.
O gabinete do premiê Benjamin Netanyahu informou que a decisão foi tomada nesta quarta por uma equipe responsável pelo assunto. Os detalhes finais da operação ainda serão discutidos com a Organização das Nações Unidas (ONU) nas próximas semanas.
Israel capturou a parte norte da cidade de Ghajar durante a guerra contra o Hezbollah em 2006. Os israelenses disseram que a retirada seria possível com um cessar-fogo, mas as tropas permaneceram no local devido às condições instáveis de segurança.
Israel permanecerá com o controle da porção sul da cidade, mas o governo disse que após a retirada as tropas assegurarão que os moradores de ambas as partes de Ghajar terão livre acesso e circulação no local.
Israel havia evacuado o norte de Ghajar em 2000, quando encerrou a ocupação de 22 anos do sul do Líbano, mas retomou a área em 2006 alegando que o local era usado pelo grupo islâmico para ataques e para o tráfico de armas.
O Hezbollah, aliado da Síria e do Irã, atua no sul do país e tem ministros no governo libanês. O grupo resiste a pedidos para que deixe as armas e afirma que a ocupação israelense no Líbano deve ser combatida.
O coordenador especial da ONU para o Líbano, Michael Williams, disse em agosto, depois de um conflito entre os rebeldes islâmicos e as tropas israelenses, que a retirada das tropas da área seria "um grande passo para o restabelecimento da confiança entre as partes".
O porta-voz da região, Najib Khatib, disse à rádio do Exército de Israel que o "vilarejo deveria voltar para a Síria como parte de uma negociação diplomática". Israel e Síria estão tecnicamente em guerra e mantiveram conversas de paz indiretas durante as duas últimas décadas, sem fazer progressos.
As Colinas de Golan são o principal ponto de atrito entre os países. A área foi anexada por Israel, que se recusa a devolvê-la para a Síria enquanto o país for próximo do Irã, do Hezbollah e de grupos militantes palestinos.