O nome de Suzanne Weiss encontra-se em uma lista de mais de sete mil judeus classificados pelos sionistas como judeus que se odeiam. São judeus que apóiam os palestinos na sua luta contra a ocupação israelense pela liberdade na Palestina.
Weiss é membro da organização “NOT IN OUR NAME. JEWISH VOICES AGAINST SIONISM” (Não em nosso nome. Vozes judaicas contra o sionismo). Ela escreveu recentemente sobre sua história e de sua família e sobre a sua luta contra as políticas e práticas do Estado e sociedade israelenses.
Ela conta que é sobrevivente do holocausto e que a experiência trágica da sua família e de sua comunidade a deixaram alerta em relação ao sofrimento dos outros povos, inclusive os palestinos.
“Eles são vítimas de limpeza étnica e apartheid. Hitler começou com isso e chegou até o extermínio”, disse.
Na cidade onde sua família morou na Polônia, 99% dos judeus foram mortos. Para ela, as ações de Israel contra os palestinos despertam a memória sobre o destino de sua família nas mãos de Hitler: os muros desumanos, os postos de controle, a humilhação diária, matança, doenças e privação sistêmica.
Segundo Weiss, não há como escapar do fato de que Israel ocupou um país chamado Palestina, roubou as terras dos nativos palestinos, e os palestinos foram expulsos ou vivem atrás dos muros, privados de seus direitos básicos e sua dignidade.
Israel acusa o movimento contra apartheid de ser movimento anti-judaico. Nada mais bizarro que isso.
Quando Nelson Mandela lutou contra o apartheid sul-africano, ele não era anti-branco. A proposta dele é a mesma proposta daqueles que lutam contra o apartheid de Israel: que todos se juntem na luta pela liberdade e igualdade e para libertar o país da opressão racial.
A ONU define o apartheid nos seguintes termos: “atos desumanos cometidos com a intenção de estabelecer e manter dominação de um grupo racial sobre outro, usando a opressão sistêmica”.
O conceito de apartheid foi iniciado nos Estados Unidos, quando os nativos indígenas foram confinados nas pequenas reservas nas terras que lhes foram roubadas.
Os colonos europeus na África do Sul e ainda hoje em Israel, deram ao apartheid seu conceito atual.
Para Weiss, a eliminação do apartheid israelense envolve três medidas simples:
1ª o retorno dos exilados palestinos para as terras das quais foram expulsos;
2º fim da ocupação israelense das terras palestinas;
3º o direito dos palestinos dentro de Israel de igualdade plena, o que significa o fim das leis fundamentais de Israel, que se espelham nas leis racistas de Nuremberg.
Suzanne Weiss destaca que a luta contra o nazismo/sionismo é um exemplo a ser seguido por todos aqueles que lutam contra a opressão em qualquer lugar do mundo.
Ela lembra que seus país eram membros do grupo de resistência na França e que foram mortos pelos nazistas. Ela escapou porque uma família de camponeses franceses a escondeu, correndo grandes riscos.
A lição é que é possível derrotar a opressão e o opressor.
Hitler parecia todo-poderoso, mas foi derrotado quando enfrentou uma aliança de povos e pessoas, de diferentes crenças, religiões e opiniões políticas, determinados a enfrentar a insanidade nazista.
É exatamente isso de que necessitamos hoje: uma aliança ampla contra a opressão e os opressores, inclusive contra a opressão sionista contra os palestinos.
Os mesmos direitos que queremos para os judeus, queremos para a humanidade e inclusive para os palestinos, que Israel oprime em nome dos judeus.
Suzanne Weiss representa a consciência e sabedoria humanas. É uma voz que o mundo deve ouvir, porque é a única opção para um futuro de paz, segurança e liberdade, não apenas no Oriente Médio, mas no mundo.
Sobrevivente do holocausto judia defende os palestinos
terça-feira, outubro 12, 2010
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