Bin Laden pede ajuda dos muçulmanos ao Paquistão

CAIRO - O líder do grupo terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, pediu neste sábado, 2, aos países muçulmanos que ajudem os desabrigados pelas inundações no Paquistão, e acusou os governantes árabes e islâmicos de não terem dado a devida atenção essa tragédia.


"O assunto da minha mensagem é sobre as inundações no Paquistão e o resgate de milhares de crianças, quero discutir fórmulas para atenuar como pudermos os danos e a tragédia, já que suas consequências aumentam e milhões de muçulmanos sofrem e dezenas de milhares estão em risco de morrer", advertiu Bin Laden em nova gravação divulgada em sites islamitas na internet.

"Devemos mobilizar rapidamente todas as equipes para salvar os que permanecem isolados pelas águas e ajudá-los com alimentos, casas, barracas de campanha e remédios", afirmou.

Nesse sentido, criticou a falta de atenção dos países muçulmanos com maiores recursos ao assinalar que "a mobilização devia ter sido maior desde o início da tragédia, especialmente por parte de países muçulmanos ricos como a Turquia, os países da península Arábica e a Malásia".

Segundo ele, até agora há uma grande distinção entre o grau da tragédia e a forma de ajuda, além de falta de atenção da imprensa árabe, "que só se dedica a elogiar os governantes".

"Nenhum de nossos dirigentes árabes visitou o Paquistão, apesar da proximidade geográfica e da suposta irmandade com esse país", disse Bin Laden em sua gravação sonora, de 13 minutos, acompanhada de uma foto sua e de imagens de vítimas de catástrofes naturais.

"Relatórios de organizações competentes advertem sobre a possibilidade de morte de milhares de crianças, o que indica que muitas vidas muçulmanas serão perdidas pela distração do governo paquistanês e dos países muçulmanos ricos", advertiu o líder da Al Qaeda.

Além disso, bin Laden afirmou que os recursos financeiros das monarquias petrolíferas do Golfo Pérsico "são desperdiçados enquanto muitos muçulmanos são vítimas das inundações, da fome, das doenças e da ignorância".

Por último, pediu uma administração dos recursos para ajudar os desabrigados pela tragédia paquistanesa que "esteja à altura dos fatos e que tenha experiência e zelo pelo sangue dos muçulmanos".

Além disso, disse que são necessários grandes fundos e equipes de voluntários turcos, árabes e malaios para ajudar seus irmãos.

A mensagem divulgada neste sábado é a segunda parte de outra, que foi divulgada na sexta-feira, em referência aos efeitos da mudança climática e da necessidade de reforçar as operações de assistência para socorrer as vítimas de catástrofes naturais.

No último dia 29 de janeiro, Bin Laden divulgou uma mensagem parecida, na qual culpava as nações industrializadas por sua responsabilidade na mudança climática e por não cumprir com os compromissos do Protocolo de Kyoto.

Na ocasião, especialistas internacionais disseram que a escolha desses temas indicava a intenção de Bin Laden de se apresentar como um líder mundial com preocupações parecidas às de qualquer chefe de Estado.