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Miral

Julian Schnabel prega fim do conflito palestino-israelense.

Diretor de Miral conta criação do Estado de Israel sob o ponto de vista palestino.,

Julian Schnabel é conhecido por filmes como Basquiat, Antes do Anoitecer e O Escafandro e a Borboleta.

Alguns tinham teor político, mas nenhum tão explicitamente quanto Miral, sobre o conflito palestino-israelense, baseado no livro da jornalista palestina Rula Jebreal e exibido em sessão de imprensa na manhã desta quinta-feira (2), dentro da competição do 67º Festival de Veneza. “Senti urgência de falar desse assunto. 

Esse conflito precisa acabar”, disse o diretor na coletiva de imprensa do início da tarde. “Como sou um judeu americano, achei que era uma pessoa bem boa para contar a história do outro lado.”
Miral traz a história da criação do Estado de Israel sob o ponto de vista palestino, por meio da história de várias mulheres, iniciando por Hind Husseini (Hiam Abbass), que começa a recolher órfãos das ruas em 1948. Já Nadia (Yasmine Al Massri) foge de um parente que a estupra, casa-se com Jamal e dá a luz a Miral. Aos 7 anos, a menina (Freida Pinto) vai para a escola e orfanato de Hind e, na década de 1980, no início da Intifada, envolve-se com um militante da causa palestina.

Rula Jebreal baseou-se em sua própria história para escrever o livro. “Eu tive a sorte de ter ajuda de um pai e de uma professora amorosa”, disse a roteirista. “A força da educação é a chave para a pacificação.” Ela também destacou que a maior parte das vítimas de conflitos é de mulheres e crianças. 

“As mulheres sem instrução nessa região têm duas saídas: casar-se aos 13 anos de idade ou serem cooptadas por fanáticos religiosos. Agora lhes pergunto: o que é melhor para garantir a segurança, educá-las ou deixá-las ignorantes?”, indagou. Rula também confessou que ver sua história na tela foi doloroso. “Foi difícil assistir ao estupro de minha mãe, um assunto abafado pela minha família. Mas eu sei que, para enxergar meu futuro, preciso olhar para meu passado.”

A protagonista Freida Pinto
Schnabel rodou o longa-metragem em Israel e fez questão de que Rula estivesse lá o tempo inteiro. “Se conseguimos realismo e autenticidade, foi por causa dela.” De fato, rodado em estilo documental, quase como um filme caseiro em alguns momentos, ele coloca o espectador dentro do drama do conflito, com sequências impactantes como a demolição de uma casa e imagens mais sutis, como a progressiva dificuldade de locomoção e violência. Às vezes, recorre demais a explicações sobre o contexto, que saem meio como discurso da boca dos personagens.

Se, em princípio, a presença da indiana Freida Pinto pode incomodar, com o tempo ela conquista com uma performance sincera – fora que a atriz é a cara da roteirista Rula Jebreal. A língua falada no longa-metragem é majoritariamente o inglês. “Árabes e judeus falam árabe, e o filme tem uma mistura de línguas. Mas quero que ele seja visto pelo máximo de pessoas possível”, disse Schnabel.

Na coletiva, o produtor T. Ben Ammar disse que o filme “não pretende dar lições políticas, mas tocar os corações”. Ele contou que Julian Schnabel recebeu uma carta de um amigo israelense, dizendo: “Agora podemos falar”. “Esperamos dar isso aos judeus com senso ético e moralidade, na linha do grande judaísmo”, completou Ammar. E citou o rabino Judah Magnes: “Justiça para os judeus sem injustiça para os árabes”.


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