O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, incentivou as primeiras conversas diretas entre Israel e Turquia após o conflito pelo ataque israelense à frota com ajuda humanitária para Gaza, que causou a morte de nove ativistas turcos, afirma o jornal turco "Hurriyet" nesta quinta-feira.
A publicação destaca que, durante a cúpula do G20, realizada na semana passada em Toronto, Obama se reuniu com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e expressou a profunda preocupação de Washington pela crise suscitada entre seus dois importantes aliados (Turquia e Israel).
O jornal dá a entender que as declarações de Obama foram fundamentais para que fosse marcada uma reunião ministerial para buscar a reaproximação entre israelenses e turcos, depois do sério desgaste nas relações bilaterais provocado pelo ataque ao navio "Mavi Marmara" no fim de maio.
Segundo o "Hurriyet", o encontro secreto realizado na quarta-feira pelo chanceler turco, Ahmet Davutoglu, e o ministro israelense de Comércio, Binyamin Ben-Eliezer, supostamente em um hotel de Bruxelas, teria sido fruto dessa decisão adotada em Toronto no domingo passado.
Davutoglu, que viajou à capital belga em um avião privado para abrir um novo capítulo de negociações com a União Europeia (UE), esteve reunido com Ben-Eliezer durante duas horas e meia, afirmaram fontes diplomáticas em anonimato.
Segundo assinalaram fontes diplomáticas em Ancara à imprensa turca, o chefe da diplomacia do país reiterou ao representante israelense as já conhecidas exigências de seu país.
A Turquia espera que Israel peça perdão pelo incidente, indenize as vítimas, aceite uma investigação internacional sobre o ataque e devolva os navios turcos que seguem em posse de Israel.
Segundo o jornal "Aksam", os ministros conversaram brevemente com seus respectivos chefes de governo sobre o resultado das conversas e já teria sido marcada uma segunda reunião.
A imprensa israelense diverge em alguns pontos sobre a reunião, como o local onde aconteceu (alguns jornais afirmam que foi em Zurique, na Suíça) e a forma como foi preparada.
Após tomar conhecimento do encontro, o chanceler de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, assegurou que não foi informado da reunião, e disse que isso causa "graves danos à confiança entre o primeiro-ministro e o chanceler".
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