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Hamas proíbe peças íntimas em vitrines de lojas femininas em Gaza

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O grupo radical islâmico Hamas --que desde 2007 governa a faixa de Gaza-- deu ordens para que as lojas de lingerie tenham maior "pudor" na exibição de suas vestimentas em vitrines.

Uma semana depois de proibir que mulheres fumem narguilés em locais públicos --prática que até então era comum na região-- a polícia dirigida pelo Hamas deu ordens para que as lojas de lingerie retirem manequins "pouco vestidas" e cartazes com roupas íntimas "provocantes".

O grupo também proibiu provadores e câmaras de segurança nas lojas de roupas femininas, além do uso de vidros pintados nas vitrines, informou a agência de notícias palestina Ma'an.
"Essas medidas são tomadas após reclamações da população. Tem a ver com a preservação de nossas tradições", disse o porta-voz da polícia Ayman al Batniji nesta quarta-feira.

Segundo ele, as normas "protegerão a moral" e permitirão que as pessoas "se sintam à vontade enquanto caminham pelas ruas".

Antes da proibição, nas lojas de Gaza --assim como no restante das cidades palestinas-- era possível comprar peças íntimas femininas de qualquer tipo.

Líderes do Hamas negaram em várias ocasiões ter a intenção de impor a lei islâmica [sharia] em Gaza, onde vivem cerca de 1,5 milhão de palestinos.

No entanto, a polícia do Hamas interrompeu recentemente um show de hip-hop no território e tentou -- sem sucesso-- forçar advogadas no tribunal e estudantes do sexo feminino a usarem roupas muçulmanas tradicionais, medida que incitou uma reação do público.

As medidas que tentam impor o recato são amplamente vistas pelos palestinos de Gaza como tentativas de tranquilizar as facções islâmicas mais conservadoras, que acusam o Hamas de preservar a aplicação da sharia.

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