JERUSALÉM - O gabinete de segurança de Israel se reuniu nesta quarta-feira, 16, para decidir sobre o abrandamento do bloqueio a Gaza, mas as discussões sobre as medidas foram adiadas para a quinta-feira, informou um funcionário do governo israelense.
O gabinete estuda a expansão de uma lista de cem bens cuja entrada é permitida no território palestino, segundo a fonte. A revisão do bloqueio a Gaza planejada por Israel é resultado das pressões internacionais contra o Estado judeu depois que os militares israelenses abordaram uma frota que levava ajuda humanitária ao território palestinos e mataram nove civis.
O chefe de segurança interna israelense, Yuval Diskin, mostrou-se contra o levantamento do bloqueio naval a Gaza, justamente o que causou o ataque do Exército contra a frota.
Atualmente, cerca de 1,5 milhões de palestinos vivem em Gaza, sob controle do Hamas desde 2007. Israel mantém o bloqueio ao território desde que o partido militante palestino passou a controlar a área.
Novo plano
O Estado judeu alega que o bloqueio é importante para evitar que o Hamas, considerado um grupo terrorista por EUA e União Europeia, obtenha armas e ameace a existência de Israel.
Mas, sob um plano preparado em conjunto com Tony Blair, representante especial da comunidade internacional para o Oriente Médio, Israel poderia inverter sua política atual - em vez de ter uma lista de poucos itens autorizados a entrarem no território palestino, seria adotada uma lista de itens proibidos, segundo diplomatas.
Blair representa o chamado Quarteto de Negociação do Oriente Médio - EUA, ONU, União Europeia e Rússia. Na semana passada, ele se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Com o bloqueio, o governo israelense impõe restrições de viagens e entrada de ajuda à Faixa de Gaza. Israel só permite a entrada de ajuda humanitária a Gaza através de pontos controlados na fronteira terrestre entre os territórios.
A ajuda humanitária enviada a Gaza é constituída de materiais para construção como concreto e metais, material escolar e outros bens. Os materiais para construção, porém, se tornou bastante restrito, já que Israel alega que o Hamas os usa como matéria prima para construir esconderijos e mísseis.