
Ele veio a convite da Conib - Confederação Israelita do Brasil e esteve em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza para falar da educação sobre o Holocausto para as novas gerações e mostrar a importância de levar à justiça criminosos de guerra nazistas remanescentes.
Na capital cearense, última estação de sua visita, Zuroff reuniu-se com lideranças políticas e a OAB local. Encontrou o deputado Heitor Férrer (PDT), presidente da comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa, que pretende criar lei para incluir na grade de escolas públicas e privadas do Ceará a obrigatoriedade de ensino sobre o Holocausto.
Em todos os encontros em Fortaleza, Zuroff destacou a possibilidade de que ainda haja criminosos de guerra nazistas vivendo na América Latina e observou que o processo de extradição é muitas vezes dificultado pela falta de acesso a documentos governamentais. Até hoje, Brasil e Bolívia extraditaram, cada um, apenas um nazista acusado de crimes de guerra, enquanto a Argentina extraditou quatro.
Em São Paulo, visitou a Faculdade Zumbi dos Palmares, que o recebeu com o objetivo de mostrar a necessidade de lembrar as tragédias causadas pelo preconceito, para evitar que voltem a ocorrer. Zuroff considerou a atuação da faculdade contra o racismo de grande importância também para a comunidade judaica. A faculdade retribuiu, convidando-o a voltar em 20 de novembro, dia da Consciência Negra, para homenageá-lo pela qualidade e relevância de seu trabalho.
Na capital paulista e no Rio de Janeiro, falou a escolas e movimentos juvenis judaicos. Explicou a importância de seu trabalho usando como um dos argumentos a responsabilidade pela justiça, um valor caro ao judaísmo.
Em São Paulo, também visitou o LEI - Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da USP, onde foi recebido por toda a diretoria da instituição, que mostrou interesse em conhecer os resultados e usar a experiência obtida pelo Centro Simon Wiesenthal, a partir da exposição dos criminosos nazistas e sua punição, na conscientização de sociedades e governos, para evitar que tais crimes se repitam.
Zuroff ainda proferiu palestra no SESC Pompéia, junto ao local da exposição “Shoá – Reflexões para um mundo mais tolerante”. Ele explicou por que, 65 anos após o final da Segunda Guerra Mundial, ainda é necessário caçar nazistas: 1) a dívida com as vítimas; 2) a culpa de genocidas não diminui com a idade; e 3) nenhum deles jamais mostrou arrependimento pelo que fez.
Em 30 anos de “caça aos nazistas”, Zuroff identificou mais de 500 criminosos, muitos deles julgados e condenados. Por seu trabalho, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008.