Quaisquer que sejam os detalhes do ocorrido, foi o fato de Israel ter matado nove ativistas que domina as percepções do incidente entre os muçulmanos, para quem a causa dos palestinos é justa, dizem analistas e articulistas islâmicos.
A repulsa ao ataque de Israel poderia se converter no apoio a grupos militantes transnacionais como a Al-Qaeda ou recrudescer a intolerância entre os fundamentalistas. Em alguns casos, pode levar simpatizantes passivos de organizações terroristas a participar ativamente contra Israel e seus aliados ocidentais e minar a cooperação internacional necessária para combater tais grupos.
"Para a Al-Qaeda, não tem como ficar melhor. É realmente muito perigoso", disse Noman Benotman, um analista líbio residente no Reino Unido e ex-associado de Osama bin Laden. Segundo ele, os especialistas de propaganda da Al-Qaeda costumam usar a violência no Oriente Médio para incitar a insurgência.
Peter Neumann, diretor do Centro de Estudos da Radicalização da Universidade de Londres, disse que o incidente poderia ser um ponto-chave como a publicação dos abusos cometidos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib. Segundo ele, o episódio aumentou a oposição de árabes e muçulmanos à ocupação dos EUA no Iraque. "Eu acredito que haverá uma radicalização significante", disse.