Israel analisa com ceticismo o acordo anunciado hoje em Teerã pelo qual o Irã estaria disposto a enviar 1,2 mil kg de seu urânio à Turquia em troca de 120 kg de urânio enriquecido, conseguido graças à mediação do Brasil.Fontes oficiais israelenses disseram à Agência Efe sobre esse pacto: "Estamos tentando estudar os detalhes do acordo anunciado porque o significado reside nos detalhes".
As fontes acrescentaram que "no passado o Irã já tinha aceitado uma oferta muito parecida e depois, na hora de passar à ação, a rejeitou. É preciso examinar isto, portanto, com ceticismo."
"Pode ser que desta vez o Irã tenha decidido mudar sua política, ou que tenha manipulado a Turquia e o Brasil, explorando as boas intenções e a inexperiência diplomática brasileira em assuntos do Oriente Médio", disseram as fontes.
O anúncio iraniano acontece depois que os presidentes Mahmoud Ahmadinejad e Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, decidiram enviar a proposta no prazo de uma semana para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).Se a AIEA a aceitar, o Irã entregará os 1.200 quilos de urânio fracamente enriquecido a 3,5% à Turquia, onde ficariam depositados sob vigilância iraniana e turca.
No prazo de um ano, o Irã receberia 120 quilos de urânio enriquecido a 20% procedente de Rússia e França para empregar em seu programa nuclear, que assegura tem fins civis.
Na sociedade israelense cada vez se estende mais o temor de um Irã "presidido por um negacionista do Holocausto que prometeu apagar Israel do mapa", tal como definem Ahmadinejad os principais dirigentes do Estado judeu.