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EUA mantiveram contatos secretos com Hamas, diz líder do grupo

Os Estados Unidos mantiveram contatos com o Hamas, embora não tenham coragem de falar abertamente com esse movimento, diz o líder do grupo, Khaled Meshaal, em declarações publicadas hoje no jornal The Guardian.
 
Meshaal elogia o presidente russo, Dmitri Medvedev, por ter se encontrado com ele em Damasco e o sírio, Bashar al Asad, por ter possibilitado essa reunião, há dez dias.
 
"Agradeci (Medvedev) por ter se reunido comigo e lhe disse que os americanos nos contataram também, mas não são suficientemente corajosos para admitir isso abertamente", explica o líder palestino.
 
"Confio que em um futuro muito próximo todo o mundo vai se dar conta de que vão ter que tratar com o Hamas", prevê.
 
A afirmação de que os Estados Unidos manteve contatos com um grupo que os qualifica ao mesmo tempo de organização terrorista irritou, segundo o The Guardian, o presidente palestino da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, cujas forças de segurança prenderam e supostamente torturam membros do Hamas na Cisjordânia.
 
Mais de quatro anos depois do começo do bloqueio de Gaza a Israel, essa revelação parece indicar também, segundo o jornal, que o consenso ocidental sobre a necessidade de isolar o Hamas começa a ser quebrado.
 
A Rússia é um membro do Quarteto do Oriente Médio - junto aos EUA, a UE e as Nações Unidas -, que exige o reconhecimento do Estado israelense como pré-condição para que se possa negociar o futuro da Palestina.
 
Segundo o líder do Hamas, muitos funcionários ocidentais reconheceram que o bloqueio de Gaza fracassou e que é hora de colocar um fim nisso.
 
Meshaal explica que Israel está perdendo a capacidade de impor suas condições a uma liderança palestina debilitada em Ramala.
 
"Israel leva a cabo exercícios militares para ameaçar o Hamas, Hezbollah e à Síria. Não quer a paz, mas a opção guerreira não será fácil", opina o líder do Hamas.
 
Para Meshaal, Israel poderia se ver tentado a atacar Gaza novamente, mas acreditar que seria uma "opção fácil" é uma ilusão "não só porque temos armas adequadas, mas porque lutaria contra um povo que sabe que não tem nada a perder".
 
De acordo com sua análise, "a reconciliação palestina não está na mesa (dos norte-americanos) por enquanto porque a prioridade para os EUA é resumir as negociações indiretas".
 
"Mahmoud Abbas se encaixa melhor no objetivo americano porque está débil e um eventual acordo com o Hamas reforçaria a posição palestina nas negociações. Os EUA preferem um negociador palestino débil porque acreditam que é a melhor forma de alcançar um acordo com um intransigente Netanyahu (primeiro-ministro israelense)", explica.

Segundo o líder do Hamas, nove ou dez dos 22 membros da Liga Árabe apóiam pública ou tacitamente sua fórmula para um governo de unidade (palestino), entre eles a Arábia Saudita.
 
Ele afirma que quatro dias antes da última cúpula da Liga Árabe em Sirte (Líbia), o ministro de Exteriores saudita, Saud al Faisal, levou ao Egito um documento de uma página com sua última proposta.
 
O documento defende a criação de uma liderança palestina que represente todos os grupos, um conselho de segurança que reforce as forças de segurança em Gaza e um comitê encarregado de organizar novas eleições

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