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O descanso da terra a cada sete anos



Shmitá, a filosofia por detrás do descanso da terra
 
Nesta semana aprendemos na Torá a mitsvá de shnat shmitá. Segundo esta lei, a cada sete anos, a terra deve descansar por um ano inteiro. Durante este ano, nada deve ser plantado. Depois de sete ciclos de sete anos, o quinquagésimo ano será chamado de Ano do Jubileu. Nesta ocasião, todos os escravos devem libertados e as dívidas anuladas. A lei do ano sabático ainda é aplicada em algumas regiões de Israel, onde a terra realmente descansa em cada sétimo ano.
 
Mas como vivem as pessoas naquele sétimo ano se o cultivo da terra é proibido?  Como ter o sustento garantido durante este período? A questão é ainda mais difícil. Se no sétimo ano a terra não for cultivada, também no oitavo ano não haverá o que comer.

A Torá responde a nossa pergunta afirmando que "a safra do sexto ano será tão boa que proverá alimentos para o sexto, sétimo e oitavo anos". Deus garante aos filhos de Israel que a colheita do sexto ano será tão farta que os frutos poderão ser consumidos por três anos sem a necessidade de trabalhar a terra no sétimo ano.
 
Tenho a impressão de que o conceito do ano sabático pode levar a uma postura muito perigosa. A crença de que Deus proverá sozinho todas as nossas necessidades pode gerar uma postura de acomodação do ser humano. Se Deus criou o homem e a mulher e nos ama, ele nos proverá tudo aquilo que nos for necessário. Então, por que devo trabalhar se Deus supre minhas necessidades?
 
 
Eu acredito que a benção do shnat shmitá somente funcionará depois de nos dedicarmos com muito afinco e dedicação ao tempo destinado ao trabalho. Apenas a pessoa que realmente se dedica terá o privilégio de descansar e colher os frutos dos seus esforços.
 
De maneira similar, o Shabat também é a recompensa semanal para aquele que produz durante seis dias. Da mesma forma que Deus criou o mundo e trabalhou até a sexta-feira, também nós temos no Shabat o descanso merecido depois de termos nossa missão cumprida. Aquele que nada produz durante a semana não é capaz de entender a grandeza do Shabat e não pode se beneficiar de todas as suas bênçãos.
 
Finalmente, o ano sabático também traz uma lição para nossos anos de velhice. Aquele que produziu frutos durante toda a sua vida merece uma digna aposentadoria.
 
 
Aqueles que dedicaram suas vidas a causas nobres devem receber todo o nosso respeito e admiração quando iniciarem seus merecidos Anos de Jubileu.
 
Que possamos desfrutar do nosso descanso semanal e sabático e que saibamos dar respeito àqueles que são dignos de seus anos de descanso.
 
 
Shabat Shalom
Rabino Michel Schlesinger

O que é bom dura o tempo necessário para se tornar inesquecível!

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