Jerusalém - Um dia depois de autoridades palestinas terem aceitado retomar negociações de paz, veio a público nesta segunda-feira a notícia de que o governo israelense aprovou a construção de mais 112 casas para judeus em área ocupada na Cisjordânia. Israel alega que este projeto não estava incluído na suspensão, por dez meses, da ampliação de assentamentos, anunciada em novembro do ano passado, como concessão a pedidos dos Estados Unidos.
Há dez dias, o jornal israelense "Haaretz" já havia revelado que o governo israelense planejava construir 600 casas em terras ocupadas que o país considera serem parte de Jerusalém Oriental. Desta vez, a aprovação das novas construções, que seriam erguidas no assentamento de Beitar Illit, foi revelada pelo grupo israelense Peace Now, horas antes de o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, chegar a Israel, em mais um esforço americano para promover a paz no Oriente Médio.
Negociador palestino questiona suspensão da expansão de assentamentos
O negociador chefe palestino, Saeb Erekat, afirmou que o novo plano israelense mostra que o congelamento dos assentamentos aceito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é uma "farsa". Mas, de acordo com o Ministério da Defesa israelense, as construções em Beiatr Ilit foram aprovadas no governo do antecessor de Netanyahu, Ehud Olmert, e começaram antes de ser ordenada a suspensão das expansões.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, estabeleceu o congelamento dos assentamentos como condição para retomar as negociações de paz, paralisadas desde dezembro de 2008, quando houve uma guerra na Faixa de Gaza. Abbas aceitou, no entanto, retomar negociações indiretas, mediadas pelos EUA, após receber apoio da Liga Árabe e da Organização para Libertação da Palestina. Os palestinos consideram os assentamentos judeus na Cisjordânia uma ameaça a construção de um Estado palestino.