Julie Warnand/Efe
Lieberman se encontra com presidente do Parlamento Europeu em Bruxelas
BRUXELAS - O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, evitou vincular a participação do Mossad, o serviço secreto israelense, com a morte do líder militar do Hamas, Mahmud al-Mabhuh, em janeiro, nos Emirados Árabes. "Vocês estão vendo muitos filmes de James Bond", disse o chanceler a jornalistas antes de se reunir com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, em Bruxelas.
A polícia de Dubai, nos Emirados Árabes acredita que o Mossad está por trás do assassinato. Ao menos 11 suspeitos do assassinato de Mabhouh viajaram para o emirado com passaportes de Reino Unido, Irlanda, França e Alemanha. Na semana passada,estes países haviam protestado contra Israel pelo o uso indevido de passaportes europeus na ação.
Lieberman garantiu à chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que não tem nenhuma informações sobre o caso. "Não houve nenhum reconhecimento sobre esses assuntos", disse Ashton. Ambos devem voltar a se reunir nesta noite.
Mais cedo, o chanceler britânico, David Miliband, disse que oito passaportes do país foram usados na morte de al-Mabhuh e defendeu a cooperação com Israel para esclarecer os fatos. De acordo com o ministro, no entanto, Lieberman não forneceu nenhum fato novo.
Protesto formal
A UE protestou formalmente contra o uso de passaportes e cartões de crédito de países europeus na operação. Os ministros de Assuntos Exteriores da UE aprovaram uma declaração em que se afirma também que o assassinato é uma ação que não pode minar a paz e a estabilidade no Oriente Médio. No entanto, o texto estipulado não inclui nenhuma menção a Israel.
"A UE condena firmemente o fato de os envolvidos na ação terem usado passaportes e cartões de crédito de Estados-membros da UE", assinala o texto dos ministros europeus, que ainda não foi divulgado oficialmente.
Sarkozy critica
Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi mais incisivo e condenou terminantemente a "execução" do dirigente do Hamas, durante a entrevista coletiva que deu ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
"Esse tipo de acontecimento não faz nada além de avivar as tensões e não tem nada de positivo. Quero voltar a dizer sem nenhuma ambiguidade que a França condena todas as execuções. Nada pode justificar esses métodos, isso não é mais que um assassinato", acrescentou.
Abbas também condenou o episódio e lembrou que "há uma investigação em curso" e que é necessário esperar sua conclusão para saber os primeiros resultados. Para o líder palestino, se trata de "um assassinato doloroso e difícil", mas o melhor a fazer "é esperar o fim da investigação".