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Após confiscar Nobel, Irã aperta o cerco a oposicionistas

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Cerca de 60 membros da milícia iraniana Basij, uma organização de linha dura, se manifestaram na quinta-feira diante da casa em que o líder oposicionista Mehdi Karroubi estava hospedado, em Qum, Irã, em um esforço por intimidá-lo antes de um grande comício oposicionista planejado para o mês que vem, de acordo com dirigentes do partido de Karroubi.

Em uma ação contra outro líder oposicionista, as autoridades de Teerã confiscaram ontem a medalha do prêmio Nobel da paz de Shirin Ebadi, de acordo com reportagens na mídia iraniana.

O site Tagheer, afiliado ao partido político de Karroubi, informou que por volta da 1h membros da milícia Basij se reuniram em torno da casa em que ele estava hospedado para gritar lemas contra ele. A manifestação terminou por se dispersar quando a polícia apareceu, informou o site.

Karroubi, que havia viajado a Qum, o centro da liderança religiosa iraniana, para uma reunião com os altos líderes dos xiitas, disputou a eleição presidencial de 12 de junho contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Ele e outro candidato, Hossein Mousavi, continuam a criticar o governo abertamente, acusando-o de fraude eleitoral e de violência contra líderes da oposição.

Os dois, bem como outras figuras reformistas, foram alvos de repetidos ataques e tentativas de intimidação por parte da linha dura nos últimos meses.

A oposição planeja um protesto contra o governo em 7 de dezembro, o dia nacional do estudante. As autoridades detiveram dezenas de líderes estudantis nas últimas semanas, e reprimiriam violentamente um protesto anterior, em 4 de novembro.

Outro proeminente líder reformista, Behzad Nabavi, 67 anos, antigo vice-presidente do Legislativo e aliado político próximo de Mousavi, foi levado ao hospital, de seu confinamento solitário, na quinta-feira, de acordo com o site oposicionista Mowjcamp. A agência de notícias Associated Press citou informações fornecidas por seu advogado, Saleh Nikbakht, segundo as quais Nabavi havia sido libertado sob fiança para conduzir um tratamento cardíaco.

Nabavi é um dos diversos prisioneiros, entre os quais Ahmad Zeidabadi, Abdullah Ramezanzadeh e Feizollah Arab Sorkhi, que vêm sofrendo de problemas médicos na prisão. Seus partidários afirmam que a intensa pressão e os maus tratos a que são submetidos pelas autoridades causaram suas más condições de saúde.

Nobel confiscado

O governo da Noruega e o advogado de Shirin Ebadi informaram na quinta-feira que as autoridades iranianas haviam confiscado a medalha que ela ganhou pelo prêmio Nobel da paz, bem como outros objetos pessoais, do cofre de depósito bancário que ela mantém em Teerã, em algum momento do mês passado.

O governo norueguês, que responde pela concessão do Nobel da paz, apresentou protesto formal, e o ministro do Exterior Jonas Gahr Store declarou, em comunicado veiculado no site da instituição, que "esta foi a primeira vez que um prêmio Nobel da paz foi confiscado pelas autoridades".

A advogada de Ebadi, Nasrin Sotoudeh, disse à Associated Press que a medalha havia sido confiscada por ordem de um juiz do Tribunal Revolucionário, e que ela não havia sido autorizada a estudar a ordem judicial.

Ebadi, uma defensora dos direitos humanos agraciada com o Nobel da paz em 2003, saiu do Irã antes das eleições de junho e está vivendo no exterior desde então. Seu escritório e seus aliados no Irã foram alvo de repetidas investigações.

O Ministério do Exterior norueguês também "expressou grave preocupação" na quinta-feira sobre Javad Tavassolian, o marido de Ebadi, que segundo as autoridades norueguesas foi detido e "severamente espancado" em Teerã nas últimas semanas; sua aposentadoria e conta bancária foram congeladas, segundo a agência de notícias.

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