
Hariri é filho de Rafik Hariri, ex-premiê assassinado em 2005. Tal qual como fez os nazistas na Alemanha, o Hezbollah bregou a formação do novo governo, mesmo não sendo maioria.
O político indicado para ser o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, disse nesta quinta-feira que abandonou os esforços para formar um novo governo, dois dias depois que sua lista de ministros foi rejeitada por parlamentares da minoria liderada pelo grupo xiita Hezbollah.
"Espero que esta decisão seja do interesse do Líbano e permita um novo diálogo", disse ele em Beirute.
Saad Hariri vinha tentando formar um governo de união no Líbano há dez meses.
O presidente libanês, Michel Suleiman, deve agora consultar o Parlamento antes de apontar outro primeiro-ministro.
Este então tentará novamente formar um governo que inclua as diferentes facções políticas do país.
Crise
Grupos rivais haviam concordado com a proposta de Hariri de que o novo governo fosse composto de 30 ministros, 15 do bloco do premiê, dez do Hezbollah e cinco indicados pelo presidente.
Mas não houve consenso sobre quem deveria ficar com as pastas mais importantes.
Jornais libaneses especulam que Suleiman possa reencaminhar Hariri para o cargo.
Analistas dizem que o ocorrido mostra que a rivalidade entre o bloco de Hariri, apoiado pela Arábia Saudita e por países ocidentais, e a oposição liderada pelo Hezbollah, que é apoiada pela Síria e pelo Irã, não diminuiu após a violência registrada no Líbano ano passado.
A crise política explodiu no final de 2006 quanto todos os ministros xiitas abandonaram o governo de unidade nacional.
Em maio de 2008, Beirute testemunhou os piores episódios de violência sectária desde a guerra civil (1975-1990).
Um acordo mediado pelo Catar em junho de 2008 previa a formação de um governo de unidade nacional e a realização de eleições um ano depois.