Osias Wurman
O mais importante jornal israelense, Yediot Aharonot, publicou informação atribuída ao serviço secreto de Israel sobre atividade do grupo islâmico Hezbollah na América do Sul.
Segundo o jornal, o grupo libanês estaria baseado na Venezuela, gozando das facilidades criadas após a aproximação deste país com o Irã.
Células do Hezbollah estariam realizando preparativos para ataques a alvos israelenses na Argentina, no Brasil, no Uruguai, no Paraguai e no Peru.
A justificativa para eventual ataque do grupo libanês seria vingar a morte de um de seus comandantes operacionais, Imad Mughnieh, na Síria, no ano passado.
Em julho passado, completaram-se 15 anos do ataque suicida contra a organização israelita Amia em Buenos Aires, matando 85 argentinos e ferindo mais de 300 pessoas. Esta tragédia ocorreu apenas dois anos após outro atentado terrorista, contra a embaixada de Israel na mesma cidade, matando 29 pessoas e ferindo mais de cem.
Dentre os nove iranianos indiciados pela Justiça argentina, com prisão pedida à Interpol, encontra-se Ahmad Vahidi, considerado como personagem chave no atentado contra a Amia.
Revolta e indignação foram manifestadas pelas autoridades argentinas, na semana passada, ao ser divulgada a nomeação de Vahidi para o Ministério da Defesa do Irã, indicado pelo presidente Ahmadinejad.
Colocar um “procurado pela Interpol” em cargo de tamanha importância é evidencia de que o governo iraniano deseja apoiar e estimular as ações de que Vahidi é acusado.
O panorama fica mais claro, e mais perigoso, se considerarmos o alerta israelense com a recente iniciativa iraniana.
Ahmadinejad não tem p reocupação em ocultar iniciativas e pensamentos.
Míopes são os que acham que suas palavras e atitudes são apenas retóricas e iniciativas reversíveis.
No caso do Brasil, incluído na lista de prováveis alvos do terror, é fundamental que as autoridades mantenham alerta máximo em todo território e, em especial, na Tríplice Fronteira, de onde partiu o militante suicida do Hezbollah que lançou seu carro-bomba contra o prédio da Amia. O risco que corrermos foi explicitado pelos responsáveis pela segurança nacional na Câmara, no mês passado(7/7) . A impressionante transcriçao de 63 páginas encontra-se em http://www.rauljungmann.com.br/arquivos/audiencia% 20publica%20terrorismo%202009.pdf
Não se deve subestimar a periculosidade do Hezbollah e de seu padrinho Mahmoud Ahmadinejad.
Osias Wurman – é jornalista e Cônsul Honorário de Israel no RJ. Email:owurman@globo.com