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O que representa o aniversário de Israel?

Deus, ao criar o homem, deu-lhe a responsabilidade de construir a paz. Jesus ensinou: "bem-aventurados os pacificadores". Construir no coração dos homens a paz é relembrar constantemente que todos nós devemos vencer a intolerância, a truculência e o ódio, para fazer prevalecer no mundo a justiça, a liberdade e os direitos sagrados da pessoa humana. Hoje farei isso prestando homenagem a um povo escolhido para o extermínio e que estava na primeira fila do ódio do "Führer".

A sua amaldiçoada cruz ariana foi o sinal oposto ao da cruz dos cristãos e ao da estrela de Davi. Todos se lembram de quando se levantou o maior demagogo da História, que capitalizou a crise econômica para envenenar o povo alemão com as quimeras da vingança. Depois, com a censura à imprensa, o assassinato dos líderes políticos, a criminosa adesão do grande capital e a submissão das forças armadas, foi a mais desvairada e brutal marcha da insanidade.

Já se disse que é preciso relembrar, por mais doloroso que seja, o crime daqueles que, se considerando nação de senhores e raça superior, e defendendo, como dizia o insigne presidente Tancredo Neves, uma teoria zoológica para origem do homem, perverteram e enlouqueceram as massas, para cometer a mais abjeta das felonias, o mais odioso dos crimes: o genocídio da guerra e do racismo.

Relembremos também a revolta dos inocentes no gueto de Varsóvia. Meninos e meninas, velhinhos e velhinhas, que como Davi diante do Golias, tinham só uma funda para se defender. Hoje há no mundo outros guetos e outras "Varsóvias", e não faltam os que ostentam, arrogantes, as suas armas contra os indefesos, tal como na imagem fotográfica, produzida na oprobriosa "Praça do Embarque", de onde partiam os judeus para o extermínio no leste.

A foto de um menino de cinco anos com as mãos levantadas e sob a mira do fuzil de um enfurecido soldado nazista. Seu olhar. Sua roupa maltrapilha. Indefeso. Que fim levou aquele menino? Terá sobrevivido à loucura do mundo em que viveu? Mas, qualquer que tenha sido o seu destino, o seu gesto não morreu. Nunca morrerá. Aquela imagem será sempre um grão de remorso na consciência do mundo. Será sempre uma lágrima sentida, a correr dos olhos dos que, ao menos por um momento, por um átimo de tempo, sentirem o que sentiram os irmãos, os pais, a família daquele pequenino.

Este ano celebramos os 61 anos da criação de Israel no dia 29 de abril. Este fato nos evoca a força da promessa da sobrevivência, do ressurgir das cinzas, a mesma que, em meio a dor e ao desespero, na fila das piras ensanguentadas do holocausto, cada um dos inocentes massacrados em Terezim, Treblinka, Auschiwitz, Birkenau, Lodz e Sachsenhausen, podia sentir na alma, quando conseguia forças para olhar para o céu. Quando ouço as declarações de Ahmadinejad, com suas palavras escorrendo a baba envenenada do ódio contra o povo hebreu, me lembro daquele menino, do seu olhar, que só mostrava perplexidade, sem reação, impotente diante da agressão injusta.

Um emblema da incompreensão dos inocentes diante do ódio e do racismo insano, que resultam da fúria cega das mentes possessas pelo arbítrio, o orgulho e a prepotência. Faço aqui um alerta aos democratas do Brasil. Ao comemorarmos o aniversário de Israel, a vitória sobre o Holocausto, o ressurgir dos massacrados, o florescer do deserto, devemos fazer, em homenagem àquele menino, um voto de censura e de repúdio as palavras do presidente iraniano, que não representam as virtudes daquela nação milenar nem os interesses do seu povo, na sua imensa maioria humilde, trabalhador e ordeiro. Que seja consignado esse permanente alerta: não se pode descuidar do passado, ele sempre volta quando nos falta vigilância.

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Marcelo Crivella é Senador



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Magal

A única coisa maior do que aquilo que nos divide, é o sonho que compartilhamos.

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2 Comentários
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  1. «Relembremos também a revolta dos inocentes no gueto de Varsóvia. Meninos e meninas, velhinhos e velhinhas, que como Davi diante do Golias, tinham só uma funda para se defender. Hoje há no mundo outros guetos e outras "Varsóvias", e não faltam os que ostentam, arrogantes, as suas armas contra os indefesos»

    Faz-me lembrar Gaza.

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  2. Israel Holocaust Center Employee Fired For Citing Palestine Sufferings
    Haaretz (Israel)

    Yad Vashem [Israel’s main Holocaust center] has fired an instructor who compared the trauma of Jewish Holocaust survivors with the trauma experienced by the Palestinian people in Israel's War of Independence. Itamar Shapira, 29, of Jerusalem, was fired before Passover from his job as a docent at the Holocaust Martyrs' and Heroes' Remembrance Authority, after a teacher with a group of yeshiva students from Efrat made a complaint. Shapira had worked at Yad Vashem for three and a half years. This is the first time that Yad Vashem has fired a guide over political differences, an institution official said Wednesday.

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