Hot Widget

Type Here to Get Search Results !

Israel dá aval a nova colônia judaica na Cisjordânia

JERUSALÉM - Em uma decisão polêmica, Israel abriu hoje licitação para
a construção de um assentamento judaico em Maskiot, no norte da
Cisjordânia, próximo do Rio Jordão. O lugar, cercado por comunidades
palestinas, é hoje habitado por dez famílias ultraortodoxas,
instaladas em trailers. "Tomar essa decisão enquanto Bibi visita
Washington envia apenas uma mensagem: Israel continuará com sua velha
política e não concederá aos palestinos seus direitos", atacou Sabri
Saidam, membro da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

O processo de licitação foi anunciado enquanto o primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu, se encontrava com o presidente dos EUA,
Barack Obama - cujo governo já condenou a expansão israelense em
território palestino. Até a noite de hoje, os Estados Unidos não se
haviam pronunciado especificamente sobre a expansão. Além da
colonização da Cisjordânia, Israel e EUA divergem quanto à formação de
um Estado palestino. O novo gabinete israelense, liderado pelo
direitista Netanyahu, ignora o termo "Estado" em detrimento de
fórmulas calcadas no desenvolvimento econômico. Mas o governo Obama
defende a criação de um Estado soberano na Cisjordânia e na Faixa de
Gaza.

Israel havia sido condenado quando, em 2006, anunciou planos de
construção de moradias em Maskiot. Segundo críticos, a ação violaria
compromissos internacionais firmados na década de 1990 que previam o
fim da expansão de assentamentos nos territórios palestinos. A
construção, portanto, seria ilegal. O projeto acabou congelado até
que, em julho, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, emitiu uma
licença para a construção. Barak foi o único membro do primeiro
escalão a sobreviver à mudança de governo em Israel, que passou do
centrista Ehud Olmert ao direitista Netanyahu, em janeiro.

Colonos justificam que Maskiot não é, tecnicamente, um novo
assentamento, já que a área é ocupada por uma base do Exército de
Israel desde os anos 1980. Hagit Ofran, do movimento pacifista
israelense Paz Agora, discorda. Segundo ele, levar civis a Maskiot
altera o status do território. "Em todos os aspectos, trata-se de um
novo assentamento", disse Ofran. O governador local, David Elhaiini,
garantiu que não há relação entre a abertura da licitação e a viagem
de Netanyahu a Washington. "Todo o processo está sendo conduzido
obedecendo as leis. Não nos pautamos pelo momento (do encontro em
Washington)", disse Elhaiini.

Hoje, representantes de empreiteiras visitaram Maskiot para analisar a
viabilidade do projeto. Se levado adiante, o assentamento contará com
cerca de dez casas, além de postos de segurança para evitar ataques.
As famílias que ocupam Maskiot foram retiradas de assentamentos da
Faixa de Gaza em 2005, durante o governo Ariel Sharon. Elas receberam
indenizações do Estado pelas desapropriações.

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.

Top Post Ad

Below Post Ad

Ads Section