O mundo das mulheres que existe em uma prisão. Um mundo onde a maior crueldade se esconde por trás da beleza mais surpreendente. Onde a canção de ninar é amorosamente sussurrada no ouvido do bebê, ecos do ódio destilado, e onde a compaixão e o desprezo pelo sangue de origem vivem juntos, mesmo em olhos penetrantes. A crônica da diretora israelense Natalie Assouline mostra as mulheres que cumprem pena por envolvimento em ataques terroristas em Israel. 
O retrato íntimo, filmado por dois anos, se esforça para descobrir os motivos dessas mulheres. Nós compartilhamos o cotidiano delas, estamos com elas quando começam o movimento, sentimos sua dor quando elas falam sobre seus maridos que as abandonaram, e assistimos à prisão delas. Escutamos sua ideologia religiosa, mas também a discriminação e a falta de esperança que existe no mundo de onde essas mulheres vieram. É um mundo onde a mulher que envergonha sua família só tem um jeito de se redimir. Dados do filme:
diretor
Natalie Assouline
roteiro
Natalie Assouline
fotografia
Natalie Assouline, Gonen Glazer, Asher Ben Yair, Avigayil Sp
montagem
Sarah Salomon
música
Ophir Leibovitz
produtor
Talia Kleinhendler, Ayelet Ephrati
produtora
Pie Films Ltd. & Ephrati Productions Ltd.
Natalie Assouline
roteiro
Natalie Assouline
fotografia
Natalie Assouline, Gonen Glazer, Asher Ben Yair, Avigayil Sp
montagem
Sarah Salomon
música
Ophir Leibovitz
produtor
Talia Kleinhendler, Ayelet Ephrati
produtora
Pie Films Ltd. & Ephrati Productions Ltd.
É curiosa, a posição da cineasta israelense Natalie Assouline: depois de ganhar acesso a uma prisão que encerra mulheres palestinas que colaboraram com ações terroristas em Israel (ou que tentaram se explodir no país), ela conquista a confiança das detentas que, estranhamente, não parecem ver problema algum em confessarem suas motivações e sentimentos a uma judia – e mesmo que a cineasta capte, graças ao microfone sem fio, comentários desconfiados das presas quando estas se julgam distantes da câmera, o fato é que Assouline realmente consegue obter depoimentos assustadores daquelas mulheres que não viram problema algum em matar ou ferir dezenas de desconhecidos.
Insistindo em perguntar o que motivou cada ação, a diretora demonstra, compreensivelmente, uma curiosidade imensa em tentar entender o que move uma pessoa a uma ação como um atentado suicida – mas, por mais que as prisioneiras exponham sua aversão a Israel ou a raiva diante do tratamento dos palestinos por parte das autoridades judaicas, é simplesmente impossível, para uma pessoa “comum”, absorver completamente uma racionalização que, em sua base, é paradoxalmente movida por um intenso sentimento despertado por algo profundamente irracional: a Fé religiosa.
Assim, nem mesmo uma das entrevistadas consegue explicar razoavelmente por que decidiu tentar explodir o mesmo hospital israelense no qual foi (como ela mesma reconhece) bem tratada pelos médicos ao sofrer intensas queimaduras – e o mesmo se aplica a outra prisioneira que, grávida, planejava se matar ao detonar uma bomba num jardim de infância. O mais assustador, porém, é constatar que elas nem mesmo se julgam “terroristas”, argumentando que suas ações representam um direito que conquistaram graças à jihad (e basta ouvir a um trecho de uma oração feita por uma delas para perceber que o Deus no qual crêem e um ser vingativo e impiedoso que faz jus aos atos que elas defendem).
Focando-se principalmente numa terrorista condenada a servir três sentenças de prisão perpétua “mais 30 anos”, Noivas de Alá pode ser resumido pelo momento em que a mulher, afastada de seus quatro filhos, afirma com plena convicção que “Deus se vingará daqueles que (lhe) tiraram (seus) filhos” – sem aparentemente se dar conta de que ela já estava disposta a se matar (o que também a afastaria das crianças) e que, no fim das contas, ela foi a única responsável por encontrar-se naquela posição.
Mas não há como argumentar com alguém que só é capaz de discutir em termos de “Fé” e “martírio” – e Noivas de Alá, embora convencional e óbvio em sua estrutura, é eficiente ao demonstrar isto ao levar o espectador até aquele mundo assustador.
Insistindo em perguntar o que motivou cada ação, a diretora demonstra, compreensivelmente, uma curiosidade imensa em tentar entender o que move uma pessoa a uma ação como um atentado suicida – mas, por mais que as prisioneiras exponham sua aversão a Israel ou a raiva diante do tratamento dos palestinos por parte das autoridades judaicas, é simplesmente impossível, para uma pessoa “comum”, absorver completamente uma racionalização que, em sua base, é paradoxalmente movida por um intenso sentimento despertado por algo profundamente irracional: a Fé religiosa.
Assim, nem mesmo uma das entrevistadas consegue explicar razoavelmente por que decidiu tentar explodir o mesmo hospital israelense no qual foi (como ela mesma reconhece) bem tratada pelos médicos ao sofrer intensas queimaduras – e o mesmo se aplica a outra prisioneira que, grávida, planejava se matar ao detonar uma bomba num jardim de infância. O mais assustador, porém, é constatar que elas nem mesmo se julgam “terroristas”, argumentando que suas ações representam um direito que conquistaram graças à jihad (e basta ouvir a um trecho de uma oração feita por uma delas para perceber que o Deus no qual crêem e um ser vingativo e impiedoso que faz jus aos atos que elas defendem).
Focando-se principalmente numa terrorista condenada a servir três sentenças de prisão perpétua “mais 30 anos”, Noivas de Alá pode ser resumido pelo momento em que a mulher, afastada de seus quatro filhos, afirma com plena convicção que “Deus se vingará daqueles que (lhe) tiraram (seus) filhos” – sem aparentemente se dar conta de que ela já estava disposta a se matar (o que também a afastaria das crianças) e que, no fim das contas, ela foi a única responsável por encontrar-se naquela posição.
Mas não há como argumentar com alguém que só é capaz de discutir em termos de “Fé” e “martírio” – e Noivas de Alá, embora convencional e óbvio em sua estrutura, é eficiente ao demonstrar isto ao levar o espectador até aquele mundo assustador.
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