

Além dos citados, outros grupos menores e menos conhecidos serão mencionados. Ashkenazim: Formaram-se no Vale do Reno, na Idade Média, para onde foram levados cativos pelos romanos após a destruição do Templo. Seu número aumentou com a chegada de oriundos da Itália, na Alta Idade Média, estimulados por Carlos Magno. As Cruzadas (séculos XI-XII) abateram-se sobre eles obrigando-os a imigrar em massa para a Europa Oriental, para onde levaram sua linguagem germano-renana que teve uma evolução filológica diferente da alemã: conservou arcaísmos, introduziu neologismos, adotou palavras russas, polonesas e até latinas, adaptou palavras hebraicas e aramaicas, modificou-se morfológica e foneticamente e era escrita com o alfabeto hebraico: é o judaico ou iídiche.

O min'hag ashkenazi segue os costumes das Academias Talmúdicas do Vale do Reno.Os ashkenazim não usavam sobrenomes até o século XVIII, adotados por imposição dos Déspotas Esclarecidos para seu registro e arrecadação de impostos.
São sobrenomes alemães, russos, poloneses, húngaros, iugoslavos, conforme a área em que vivam, caracterizados pelo grande número de consoantes, geralmente nomes de lugares (ex. Frankfurter, Berlinski) e profissionais (ex. Bichmacher, Sznajder).Sefaradim:Têm o seu nome derivado de Sefarad - Espanha em hebraico.Os judeus já viveriam na Península Ibérica desde os tempos de Salomão, mencionada na Bíblia (I Reis 10:22 e II Crônicas 9:21) como o local
onde suas naus iam buscar prata; na Espanha, segundo uns, ou na Sardenha, segundo outros. Seu número cresceu com a chegada dos cativos trazidos pelos romanos após a destruição do Templo e com a invasão árabe, a partir do século VIII.

Na Espanha medieval os judeus falavam o mesmo romanche ibérico da população cristã da Península. Os séculos XI e XII são conhecidos como a Época de Ouro. Adotaram sobrenomes espanhóis e portugueses principalmente em função dos batismos forçados.Com a expulsão no fim do século XV levaram para o Norte da África, Império Otomano, Hamburgo, Amsterdã, Londres, Ferrara, Salônica, Ismirna, etc. sua língua latina com novo rumo evolutivo, mantendo formas arcaicas e acrescentando palavras portuguesas, árabes, gregas, turcas, hebraicas, além de neologismos, usando para a escrita o alfabeto hebraico, conservando, todavia, estreita identidade com espanhol e português.
Foi o ladino (Judesmo ou Espanholito) dos judeus da Grécia, Turquia, Romênia, Bulgária, sul da Iugoslávia, Albânia e até Hungria, distinta da Haquitia, baseada no árabe, no Norte do Marrocos. O min'hag sefaradi segue tradições da Península Ibérica e do Marrocos, principalmente."Outros im":Mizrahim (Orientais):Os Mizrahim são do Iraque, Síria, Líbano, Egito etc., sem origem na Espanha. Sua fala e nomes são árabes.
Desde a Antigüidade viviam no Oriente, muito antes que chegassem os Sefaradim expulsos, com quem são muito confundidos.Teimanim (iemenitas):Estão no Iêmen desde o tempo de Salomão quando para lá teria ido um grupo de judeus acompanhando a rainha de Sabá. Assemelham-se lingüisticamente aos mizrahim (falam árabe), porém sua tez é morena escura; possuem uma riqueza cultural (folclore) muito típica.Beta-Israel:São do Norte da Etiópia e também remontam suas tradições ao período de Salomão. Não usam o hebraico, mas o ge'ez ou am'hári como língua religiosa, são observadores estritos do Shabat e da kashrut; seu longo isolamento do restante do povo originou questões sobre sua qualificação religiosa.
O termo falasha é pejorativo.Judeus da Índia:A Índia possui quatro comunidades judaicas bastante distintas. Os mais conhecidos são os Bene Israel, de Bombaim. Sua cor é escura e a língua cotidiana é o marata. Sua vida diária pouco difere da população indiana, exceto quanto à religião. No Sul da Índia, em Cochin, há os judeus negros, cuja língua é o malaiala, idioma falado pelos habitantes originais antes das invasões indo-européias. Lá, outro grupo, os pardesi, de pele muito mais clara, mantém sinagogas separadas, proíbe o casamento com os judeus negros e considera-se superior a estes. Há ainda os baghdali, em Calcutá e Bombaim. Conforme seu nome, descendem de judeus oriundos do Iraque e falam o árabe.Judeus da China:Viviam na cidade sobre o Rio Amarelo, Hoang-Ho na China oriental. Missionários cristãos relatam sobre eles, nos séculos XVI e XVII, como idênticos aos demais chineses, física e culturalmente, inclusive nos nomes próprios. No século XIX foram encontradas as ruínas de sua sinagoga e vários de seus Livros Sagrados localizados em mãos de antiquários. Judeus índios:Um grupo no México e outro no Chile, de origens obscuras, com características físicas e culturais índias, praticam uma forma de Judaísmo.
Organizados separadamente dos judeus locais, lutam por reconhecimento haláchico, sendo exigida sua conversão, do que discordam por se considerarem judeus.
Judeus negros americanos:Nos Estados Unidos há grupos de negros que praticam o judaísmo e se chamam de "judeus etíopes". Sua posição é um tanto radical em relação aos judeus brancos.Há ainda judeus Italquim, Crimchas, Mustarabes, Georgianos, Persas, do Cáucaso, Bocairanos e Curdos... além de grupos que eventualmente surgem declarando origem judaica, das "10 Tribos Perdidas"
* Jane Bichmacher de Glasman é doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica-USP, professora Adjunta, Fundadora e ex- Diretora do Programa de Estudos Judaicos
Muito interessante!! É ótimo que seja divulgado, também, que Israel levou para o país alguns milhares de judeus etíopes (que estavam em situação difícil com a maioria mulçumana). Eu só gostaria de saber se estes judeus negros são tratados como iguais pelos judeus brancos.
ResponderExcluirAbraços!
A resposta é não. Pesquise é verá.
ExcluirMeu sobrenome paterno é Oliveira , muito comum, mas por pesquisa soube que esse nome foi adotado pelos judeus para fugir da inquisição, por causa do meu avô paterno temos caracteristicas muito marcantes, e até ja pergutaram para nós se somos descendentes de judeus ou cirios, gostaria de saber se é possivel sermos descendentes ou ascendentes? ... Aguardo resposta
ResponderExcluirshalon!
ResponderExcluirTenho interece em saber se os sobrenomes... "melo","rocha","lira","costa","andrade", sao de origem sefardita, por favor me mostre de qual tribo vieram, em especial os sobrenomes "lira
e "melo". Fico agradecido pela resposta... Aguardarei respostas que
muito me alegrarao se forem respondidas. abraços!
Rocildo Batista de Melo
email:( Pr.rmelo@hotmail.com )
Certo dia li uma reportagem que dizia sobre certa tribo africana com mesmo traço genético dos Judeus; pensando bem, para mim não seria total espanto,
ResponderExcluirpois na narrativa bíblica do Gênesis vemos que o suposto pai dos Africanos
Can ou Cão(que foi pai de Cuxe ou Cuzí = Etiópia)recebe este nome pela cor da pele, ou seja: quente ou tigreiro/cor de trigo = escuro; sendo que este era irmão de Sem(pai dos semitas = Judeus/Israel),portanto todos com traço genético dos mesmos pais.Agora como falou a Janaína lá em cima:será que estes supostos Judeus negros são aceitos pelos "Judeus tradicionais"?pois pelo que vejo, os Judeus são extremamente exclusivistas que chegam a ser preconceituosos, defeito que não poderiam ter levando em consideração as agruras que sofreram no passado...
Gilberto/ Jahu-SP