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A LEGITIMIDADE DE ISRAEL

A LEGITIMIDADE DE ISRAEL
 
 
Por Manuel Tenenbaum
 
* Prof. Manuel Tenenbaum é um dos mais destacados intelectuais da comunidade judaica na América Latina, vivendo na Argentina. Foi Diretor-geral do Congresso Judaico Latinoamericano.
 
 
                Desde que em 1948, contra todas as previsões dos estrategistas militares, diplomatas experimentados e pedantes formadores de opinião, Israel não se deixou atirar no mar, o Estado judeu tem problemas de imagem e de legitimidade.
             Com menos de uma década do seu estabelecimento já estava estigmatizado pela União Soviética e pelos terceiro-mundistas de diversa afiliação como "avançada do imperialismo", enquanto que o regime de Nasser e os dois partidos "baatistas" da Síria e do Iraque recebiam o rótulo de "progressistas".
              Quando Nasser fechou o Estreito de Tiran e obrigou as forças da ONU a se retirarem na véspera do que foi a Guerra dos Seis Dias, o Presidente francês Charles De Gaulle declarou agressores aos israelenses e teve sua famosa frase "povo seguro de si mesmo e dominador".
              Veio depois o abjeto sabá na ONU, quando se declarou ao sionismo racista. O século XX precisava do seu libelo de sangue e conseguiu-o no mais alto nível internacional.
              Atacado no meio de Iom Kipur, Israel –perdedor no princípio- teve a ousadia de se recuperar e de expulsar o inimigo para o seu território.
           Israel se defendeu e acabou vitorioso em guerras que, de ter sido derrotado em uma, teria deixado de existir. Recebeu mais de meio milhão de judeus perseguidos e saqueados no mundo árabe e em lugar de conservá-los como refugiados transformou-os em cidadãos. Além disso, Israel não treina suas crianças e adolescentes na estratégia do fanatismo anti-árabe do terror e do desprezo à vida humana. Tampouco pertence a nenhum bloco regional, não tem vinte-e-um estados irmãos nem mais de cinqüenta que pratiquem sua mesma religião.
              Estas circunstâncias certamente não contribuem para polir a imagem israelense. Mais de vinte mil soldados e civis mortos nas guerras que lhe foram impostas e nos atentados terroristas são "pouco" sangue derramado. Ter se defendido com eficácia, um "pecado" maior. Não ter mantido e exposto seus próprios refugiados à miséria, um demérito para atrair a compaixão universal. E o pior de tudo, Israel prefere se manter firme e incompreendido antes que destruído e consolado na sua desgraça.
             A atual pulsão anti-israelense do mundo midiático e da opinião pública que implica em espasmos de anti-semitismo com "honrada consciência" está repleta de tergiversações e hipocrisias.
             Há um par de mentiras grosseiras que foram adotadas com entusiasmo digno da melhor causa pela "non sancta alianza" de agitadores pró-palestinos, energúmenos neonazistas, esquerdistas cheios de ódio pelo afundamento do mundo comunista, e intelectuais e políticos –especialmente europeus- que se deleitam vilipendiando Israel, que se arriscam em nome do direito internacional e dos Direitos Humanos enquanto proclamam não serem anti-semitas.
             Mentira número uno: Israel é um Estado estrangeiro no Oriente Médio.
Mentira número dois: Israel invadiu a Palestina.
             Si estas mentiras tivessem um ápice de verdade, tudo o que se denomina civilização ocidental cairia por sua base e literalmente não existiria. A carta constitucional do povo judeu é o Tanach, a Bíblia que o mundo civilizado considera como a fonte primigênia de legitimidade, cultura e moral.
             Mil anos antes do nascimento do judeu Jesus de Nazareth e mais de 1600 anos antes do surgimento do Islã no deserto da Arábia, David e Salomão já reinavam como governantes de um Estado judeu em Eretz Israel e nunca, em nenhuma época, houve na referida terra um Estado autóctone que não fosse judeu. Houve, sim, invasões imperialistas que destruíram a independência hebréia durante longos interregnos, sem que os judeus jamais tivessem renunciado a reivindicar os seus direitos sobre sua terra nem deixaram de habitá-la por um só dia.
             A legitimidade do Estado de Israel, re-fundado em 1948 em Eretz Israel (conhecida então como Palestina e o país dos judeus) se baseia em incontestáveis fundamentos de ordem religiosa, histórica, cultural, jurídica e política.
          Todo o Tanach, a partir da concessão superior contida na Torá, da fé da propriedade judia de Eretz Israel, espaço territorial no qual se formou a personalidade do povo judeu, se desenvolveu a experiência monoteísta e se deram ao mundo os princípios fundamentais do direito e da ética, sem os quais a humanidade estaria nas trevas. Foi neste pequeno território, porém cheio de santidade e profecia que os judeus se propuseram irradiar luz para as nações, missão que cumpriram cabalmente nas mais diversas esferas e que tão ingratamente lhe foi recompensada.
             Toda a história universal fala de povos que vão e vêm, mas os judeus permanecem, e sempre na direção de Eretz Israel, sem cuja centralidade seu legado espiritual seria incompreensível.
             No mundo contemporâneo a política e o direito construíram o paradigma da autodeterminação dos povos e na ONU reconhecem-se 192 nações, entre elas 57 islâmicas e 21 árabes. A um só Estado se pretende discutir a legitimidade, ao Estado do povo do Tanach. No entanto se trata de um vão propósito, que só esconde a frustração dos que têm que se resignar por não poder destruir militarmente Israel. Ninguém está fazendo um favor ao Estado judeu ao reconhecer seu direito à existência, nem ninguém pode afetá-la ao desconhecê-la. Israel se funda pela decisão do povo judeu e pela justiça da sua causa, amparada não só pela promessa bíblica, pela história, pela cultura e por decisões relevantes do direito internacional, mas por seu próprio direito natural a ser um Estado na terra da sua origem e constituição.
             Num mundo do avesso da mídia e da política atuais, destruir as Torres gêmeas, atentar contra a Estação de Atocha ou colocar bombas em Londres é sempre terrorismo da pior espécie. Porém enviar bombas humanas para massacrar israelenses em confeitarias, discotecas, ônibus escolares, pontos de ônibus e outros lugares de aglomeração pública, "não é terrorismo, é resistência". Lançar mísseis de foguetes contra a população civil do sul de Israel, "luta".
             Tamanha aberração só se explica porque o desacreditado anti-semitismo pós Segunda Guerra Mundial encontrou por fim sua válvula de escape: o anti-israelismo. Hoje Israel é entre os Estados o que os judeus foram durante séculos entre os povos e é objeto de idênticas calúnias e libelos.
             Que os judeus somos os únicos aliados fiéis com que Israel pode contar já não é uma mera frase retórica. Hoje mais que nunca a missão das comunidades judias no mundo é levantar-se em apoio a Israel, repudiando e desmascarando as difamações e informações falsas de que é vítima. A confrontação é em essência um choque de vontades e a primeira parte que se desmoraliza perde. É por esta razão que aprofundar a consciência judia em nossas comunidades se tornou hoje mais que nunca uma tarefa urgente. Com fé em nosso destino, o povo e o Estado judeu ganharão também esta batalha, que é a batalha não só de Israel, porque nesta luta está em jogo ao mesmo tempo a honra e a seguridade das comunidades judias do mundo inteiro.
 
Fevereiro de 2009.
(Artigo original não editado)

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Magal
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