Sinopse: Salma (Hiam Abbass), uma viúva Palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel (Doron Tavory), se muda para a casa ao lado.
A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do ministro e por isso precisam ser derrubados.
Salma leva o caso à Suprema Corte de Israel para tentar salvar a plantação.
Elenco: Hiam Abbass Doron Tavory
Ali Suliman Rona Lipaz-Michael
Tarik Kopty Amos Lavi
Direção: Eran Riklis
Fotografia: Rainer Klausmann
Trilha Sonora: Habib Shadah
Lemon Tree é o título internacional da música que nós brasileiros conhecemos como Meu Limão, Meu Limoeiro.
Exatamente a canção que abre o filme homônimo, que a distribuidora optou por deixar, aqui no
Brasil, com seu título internacional mesmo, sem tradução. Talvez a decisão tenha sido acertada: o choque cultural que o filme mostra parece mesmo intraduzível.

Obviamente, junto com ele mudam-se também câmeras de segurança, cercas de arame farpado, guardas, guaritas e uma estranha exigência: os limoeiros da vizinha Salma devem ser eliminados, já que eles poderiam servir de esconderijo para algum terrorista disposto a cometer um atentado contra Israel. O homem e o país. Forte, Salma não aceita a exigência e dá início a uma batalha judicial pelo direito de plantar limões em seu próprio quintal.
Obviamente, Lemon Tree é muito mais que um filme sobre limões e limoeiros.

E também de sua história, já que a plantação é uma herança do pai e já produz limões há 50 anos. As frutas são um simbolismo amargo (mas que produzem uma limonada que todos concordam ser deliciosa) dos descabidos conflitos culturais, raciais e bélicos que se estendem - como diz o próprio Ministro - há três mil anos.
Entre os dois personagens conflitantes, surge um interessante pivô, uma luz de sabedoria e indignação, representada pela presença de Mira (a também estreante Rona Lipaz-Michael), esposa do Ministro.Lemon Tree é uma ode à convivência pacífica. Foi produzido por uma anteriormente improvável união entre produtores franceses, israelitas e alemães. E é falado em árabe e hebreu.
Dirigido por Eran Riklin (também de A Noiva Síria), o filme ganhou o Prêmio do Público no Festival de Berlim.Sem querer estragar nenhuma surpresa, sua mensagem final é brilhante, ao mostrar com vigor cinematográfico que nos conflitos nos quais imperam a guerra e a intolerância, todos perdem. Menos, talvez, os advogados.
E, por falar em conflitos, o filme faz duas referências ao futebol. Uma francesa, com a foto do jogador Zidane pendurada no quarto da casa da personagem que leva o mesmo sobrenome, e outra brasileira, com a nossa bandeira e a inscrição champion (campeão, em inglês), bordados no agasalho do advogado de Salma. Coincidentemente ou não.