Às vésperas da nova administração americana e a poucos meses das eleições gerais em Israel, crescem as especulações sobre a nova política para o Oriente Médio. No centro das atenções, é claro, o futuro do Irã e o programa nuclear do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Talvez por isso, na última quarta-feira, a Força Aérea de Israel convidou a imprensa estrangeira para um raro tour por uma das maiores bases aéreas do país, Ramon, encravada no deserto do Negev. Enquanto a guerra de verdade não vem, a IAF parece ter dado o pontapé inicial noutra frente, a chamada guerra da propaganda. O Exército garante que a visita tem por objetivo apenas "familiarizar" a imprensa internacional com a Aeronáutica e seus equipamentos e nada tem a ver com um futuro ataque ao país dos aiatolás. Apesar do vazio das respostas a cada questionamento da imprensa, achei interessante a oportunidade de observar, de perto, as mais modernas máquinas de guerra do planeta.
"Cuidado, helicóptero armado"
Num dos esquadrões de helicópteros Apache, que tem tido papel fundamental nas missões israelenses na Faixa de Gaza, o comandante Gil, garantiu que a Força Aérea tem treinado intensivamente desde a II Guerra do Líbano, em 2006. Pilotos do esquadrão afirmaram que um dos pontos altos dos treinamentos tem sido desenvolver uma comunicação mais eficiente entre os helicópteros e as tropas de combate no solo.
Os pilotos, como podem ver nas fotos, aparecem apenas com seus capacetes. O Exército proíbe terminantemente a exposição de seus pilotos ou a divulgação de seus nomes por medida de segurança. Aliás, a função é uma das mais cobiçadas e respeitadas das fileiras militares israelenses. Os pilotos saem normalmente das melhores escolas do país, têm as melhores notas e são consideradas a elite do Exército. Diz-se por aqui que toda mãe israelense sonha com um genro piloto.
O ponto alto da visita, no entanto, foi o giro pelos hangares que guardam os modernos caças F-16I, chamados de Sufa (tempestade, em hebraico), protagonistas de qualquer operação militar no Irã. Esquivando-se de qualquer pergunta específica sobre a questão iraniana, o comandante da base, coronel Ziv Levi, limitou-se a afirmar que Israel tem pela frente novos desafios e está preparada para enfrentá-los no futuro em qualquer circunstância.
- O avião pode ir longe o bastante para defender Israel e seus interesses - afirmou o jovem Arik, de 23 anos, um dos pilotos do F-16I, numa resposta lacônica sobre a possibilidade de um ataque ao Irã. Confiram a sabatina dos jornalistas ao jovem.
Olha aí a oportunidade de espiar de pertinho o caça mais moderno do planeta.
As fotos e vídeos são meus, registrados com o celular, já que a boa e velha câmera... morreu...
A palavra em hebraico do dia é "conenut" (כוננות). Em bom português, "estado de alerta".
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Magal
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