Uma análise do editor-chefe do De Olho na Mídia, Daniel Benjamin Barenbein
Mais um ato de mega-terror. A Índia é sacudida por uma espantosa onda de terror de guerrilha. No que já está sendo chamado de 11/9 de Bombai, pelo menos 125 pessoas morreram e mais de 300 estão feridas. Dez localidades diferentes foram atingidas ao mesmo tempo. O medo está de volta. Londres? Bali? Nova York? Bombai? Que território estes países "ocuparam"? Qual a desculpa da hora? O que dirá a imprensa agora? Até quando o mundo fará vistas grossas para o extremismo e a cruzada islâmica?
Uma análise do editor-chefe do De Olho na Mídia, Daniel Benjamin Barenbein
Sabemos que terroristas islâmicos entendem o jogo político e sabem que podem influenciar eleições. Já fizeram isto na Espanha e em outras oportunidades. Portanto, não dá para saber exatamente qual a razão, mas não é a toa que houve um ligeiro silêncio durante as eleições americanas. Porém, bastou o fim delas, para voltar a chover mísseis Kassam em Israel e hoje esta série de atentados que atingiu basicamente interesses ingleses e americanos na Índia.
Neste peixe tem muito molho podre. Não dá para saber o que é. Mas eles não escolheram o timming a toa. O que sim é fácil de identificar e deveria ficar claro é: o terrorismo que atinge a Índia é o mesmo que atinge Sderot, Ashkelon e região. Mesmos objetivos, mesmas motivações religiosas e mesmo discurso, bem como cooordenação do momento de agir.
Desta vez, novamente a mídia os rotulou de terroristas, não de militantes ou ativistas. Tomem nota deste ponto, é importante.
Me perguntem: porque? A razão é simples leitores. A mídia ocidental faz diferenciação entre os atentados em Israel e em Bali ou em Bombai. Terroristas islâmicos não. Para eles são diversas frentes de uma mesma batalha. No documentário Obsession, que trata dos perigos do extremismo islâmico, a editora-especial do Jerusalem Post, Caroline Glick aponta justamente isso e diz que o que os terroristas fazem é escolher o alvo mais adequado e que apresente condições ideais no momento, podendo oscilar devido a segurança mais ostensiva, um regime simpático ou antipático a eles, como fatores para a decisão de onde atacar.
É preciso lembrar que para os guerilheiros islâmicos a contagem de tempo passa diferente. Enquanto nós ocidentais estamos contando os acontecimentos dia a dia, mês a mês, para os fanáticos islâmicos, a contagem é em séculos. Eles demoraram séculos para conquistar a Europa em outras eras, porque teriam de ter pressa agora? Para instalar o califado europeu novamente e conquistar o resto do mundo é preciso paciência, tempo e preparação. E ao contrário de nós cansados de guerra, isto lhes sobra....
Uma coisa chama a atenção neste atentado: uma tática nova. Guerrilha urbana. Com armas sofisticadas e metralhadoras. Não se pode dizer que seja algo como muita gente quer crer: apenas uma "revolta" (é sempre preciso arranjar uma desculpa) contra o dominio indiano sobre a Kashmira, algo local. A prova disso é a escolha dos alvos: americanos, ingleses e israelenses na região. Não contra indianos. Faria sentido se fosse assim.
Por outro lado não se atribuir a griffe Al Qaeda (porque agora qualquer atentado pelo mundo excetuando Israel se esconde sob esta sigla) a violência na Índia. Os metódos do grupo incluem sempre ou homens-bomba, ou explosivos de controle-remoto. Desta vez foi totalmente fora do padrão. Não teve nem um, nem outro e incluiu sequestro e manutenção de reféns por dias a fio. As ruas de Bombai se tornaram praça de guerra. O tom está sendo elevado.
A cada dia a cruzada islâmica inova em seus instrumentos e se existe algo que não podemos reclamar é de falta de criatividade: explosivos líquidos, aviões, tratores, sequestros, enfim....vale tudo para causar terror, pânico e morte.
Porém desta vez para a tristeza da militância de esquerda, o alvo atingido foi a Índia, país historicamente pobre, tolerante (tem 100 milhões de muçulmanos com todos os direitos), e não se pode alegar que foi uma revolta de "oprimidos" contra "opressores" (o país é pacífico e conta com um passado de colônia), situação reducionista e maniqueísta, parte da manipulação que vemos em veículos de imprensa mundo afora todos os dias.
Bem, sempre poderão alegar que foram hotéis de luxo e os alvos eram ingleses, americanos, israelenses e judeus. Ah sim, judeus. Eles tinham que estar no meio....novamente vítimas. Novamente no meio da confusão. Da Amia a Bombai, passando por Jerusalém e Sderot, lá estão os judeus novamente. Os canários do texto da Pilar Rahola: aqueles que sempre estão na frente de todo totalitarismo, sendo as primeiras vítimas do que vai atingir o mundo inteiro depois. O alerta....seja no nazismo, seja no comunismo ou no islamo-fascismo....
Ahmadinejad, o líder iraniano que representante o que de pior existe neste interim está vindo ao Brasil. Financiador do Hizbullah e do Hamas, quem sabe ele não deu uma mãozinha em Bombai também? O que o mundo vai esperar? Que ele sacrifique Israel para quando decidir partir para a Europa e os EUA em seus grandes planos de conquistas (em um vídeo pelo menos, ele afirma que seu sonho é ver a bandeira do isã tremulando em todas as montanhas do mundo), a humanidade decida reagir?
O terror expõe mais uma vez sua cara feia. Nos solidarizamos com as vítimas. A Índia merece apoio. A face do medo nos assombra. Quando iremos contra-atacar? Quando enfim a democracia e a civilização prevalecerão?
O De Olho Na Mídia, orgão que luta pela democracia, pelos valores de convivência e coexistência da civilização, pelos direitos humanos das minorias e pelo respeito e a qualidade da informãção questiona. Esperamos que nossos leitores consigam nos trazer uma resposta, porque hoje nem nós a temos....
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Magal
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