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O tempo dos palestinos está se esgotando

 

 
Finalmente algo bem escrito, que não pode passar desapercebido, quer vc concorde ou não !!!
bj
Norberto
 
 
 
 
 
O tempo dos palestinos está se esgotando

 
Artigo
O Tempo dos Palestinos Está Se Esgotando




Aos meus amigos Palestinos, com tristeza:

Eu compreendo porque é que há muito tempo vocês chegaram a pensar que o tempo estava a seu lado. Compreendo os vários fatores, demográficos, culturais, históricos, geo-políticos, que serviram para reforçar essa crença, a forte convicção de que o Estado Palestino era inevitável, inalienável - em todos os sentidos, uma questão de tempo.

Eu compreendo porque é que vocês chegaram a crer que o Estado de Israel é apenas o último de uma longa série de episódios coloniais fugazes, que suas raízes estavam em outras áreas, que sua força é ilusória, que sua resistência estava se erodindo, o seu espírito quebrado, o seu futuro negro

. Eu entendo que vocês acreditem que podem esperar que essas pessoas "se mandem", que elas sejam destroçadas, vencidas, que vocês reduzam sua moral, os superem em número e, finalmente, os vençam.

Eu entendo que vocês acreditem que foguetes e morteiros a partir do norte, sul, leste, e, eventualmente, do oeste, podem reduzir a população, "descasca-los" como se faz a uma cebola, e apagar as fronteiras de Israel pré-1967 até que não haja nenhuma necessidade de concordar com um Estado Judeu nessas fronteiras, nem necessidade de acordo sobre os refugiados, Jerusalém, assentamentos, sem a necessidade de conversas diretas, nenhuma necessidade de auto-análise nem de reconsideração, não havendo necessidade de se curvar.

Eu entendo que vocês acreditem que este é seu direito, religiosamente, moralmente e politicamente. Eu entendo o por quê vocês acreditam que podem esperar.

Mas, neste mês, três gerações desde 1948, desde a sua Nakba, isto é o que vos peço que considerem:

Seu tempo está se esgotando.

Se vocês não começarem a agir com toda vossa sabedoria em direção a seu próprio Estado, vocês correm o risco de se tornarem os Curdos da bacia do Mediterrâneo, os nativos americanos do Oriente Médio, permanentemente apátridas, eternamente renegados.

Se vocês não começarem a repensar o rumo que o movimento nacional Palestino tem tomado, vocês devem começar a considerar a idéia de um mundo sem uma Palestina. O mundo começa a sentir-se cada vez mais confortável com essa possibilidade, e é chegado o momento de vocês pensarem bem sobre as razões disto.

Nós, no Ocidente Pós-Moderno passamos anos educando-nos a crer que todas as culturas são igualmente válidas - com a possível exceção, naturalmente, da nossa própria. Passamos a acreditar que criticar a cultura de um povo nativo é obscenamente imperialista, paternalista.

Em suma, nós lhes demos um salvo-conduto. E os incentivamos a dar-se um a si mesmos. Ao respeitar-lhes sua perseverança, abstivemo-nos de repreende-los por sua passividade. Ao aceitar e amplificar as suas alegações sobre as injustiças de Israel, optamos por não cobrar-lhes por suas próprias condutas, ou por explicá-las como uma função da ocupação.

Vocês aprenderam, ao longo do tempo, a culpar Israel por toda a sua desgraça. Vocês aprenderam, ao longo do tempo, a ignorar, explicar, culpar totalmente Israel, ou então, negar as formas em que suas ações e, em particular, a sua passividade, aprofundou e fomentou a vossa miséria. Vocês aprenderam a desculpar seus dirigentes por sua corrupção, e a aceitar a política deles de sempre frustrar as tentativas de Israel (e demais países) tentar melhorar suas condições. Vocês aprenderam a desculpar seus irmãos árabes por sua duplicidade, suas mentiras, sua exploração, seu frio desprezo e sua absoluta falência em vir em sua ajuda.

No processo, vocês podem ter se acostumado a definição de tempo e dos povos nativos, que merecem um re-exame. Vejamos, em primeiro lugar, esta:

Os Judeus são um povo nativo daqui, nada menos do que vocês.

Os Judeus têm todo o direito de ter uma nação aqui, nada menos do que vocês.

Os Judeus são teimosos e orgulhosos e fundamentalmente muito ferozes, nada menos do que vocês
.

Vocês têm retratado os Judeus como uma influência estrangeira. Vocês têm ignorado sua história, dessecrado seu sangue, renegado sua ligação tendonal com Jerusalém, agido como se eles não tivessem qualquer negócio aqui, a não ser fazer o mal.

Mas, nas décadas que se vocês vêm gastando se auto-enganando sobre a verdadeira natureza da cultura e das origens dos Judeus, geração após geração de Judeus foi nascendo aqui. Eles são nativos. Eles não vão para lado nenhum. E mesmo os esquerdistas entre eles estão dispostos a morrer em defesa de permanecer nesta terra.

Pior, talvez, é a maneira em que vocês transformaram em meta mortal o conceito de terras por paz, destruindo o conceito, talvez para sempre. Suas tentativas de justificar o uso das ruínas dos assentamentos de Gaza para os lançadores de foguetes Qassam não convencem mais ninguém. Vocês conseguiram justificar todas as previsões e alegações da direita Israelense. Vocês vêm perdendo incomensurável apoio internacional. Vocês são vistos, no exterior, como tremendamente polarizados, paralisados por lutas internas, e incapazes de chegar, de acatar ou executar decisões.

Seu infeliz aliado Mahmoud Ahmadinejad, saindo em sua defesa, marcou o aniversário de Israel dizendo-lhes que Israel "chegou ao fim como um rato morto após ser pisoteado pelos libaneses" e que "Aqueles que pensam que podem reviver o cadáver fedorento do regime Israelense usurpador e falso ao comemorar uma festa de aniversário estão seriamente enganados".

Seu infeliz aliado Osama Bin Laden lhes disse na semana passada que o 60 º aniversário de Israel seria "a prova de que a Palestina é a nossa terra, e os Israelenses são invasores e ocupantes que devem ser combatidos".

"Vamos continuar, se D-us o permitir, a luta contra os Israelenses e os seus aliados ... e não desistiremos de um único centímetro da Palestina, enquanto houver um único verdadeiro Muçulmano na terra."


O que os seus infelizes aliados estão dizendo é que é mais importante eliminar o Estado Judeu do que criar um Estado Palestino.


Ao longo de toda esta década, o movimento nacional Palestino vem agido assim. Ao mesmo tempo, tem efetivamente justificado a direita Israelense, fazendo tudo ao seu alcance para elevar o estatuto dos colonos de uma entidade anárquica, marginalizada e em declínio para uma força profética.

Graças, em grande parte a vocês, o movimento de assentamentos é florescente como nunca o foi antes, confiante de que seus foguetes e sua retórica belicista fará com que, à medida que os anos e as gerações passem, os assentados venham a ser vistos como, sim, nativos.

Os colonos nunca serão capazes de pagar sua dívida com vocês.

Vocês devem ter notado que, graças à segunda Intifada, às centenas de atentados suicidas nas principais cidades de Israel, e graças aos milhares de Qassams, morteiros e foguetes Katyushas, a esquerda israelense está furiosa com vocês; o centro israelense não quer nem ouvir falar de vocês novamente, e só a direita Israelense está satisfeita com as decisões que vocês têm tomado e com ações que vocês têm empreendido.

Vocês talvez concluam daí que a esquerda Israelense era pouco confiável e que todos os Israelenses são iguais.

Ou vocês podem repensar.

É verdade, no passado Israel era isolado, estigmatizado, universalmente condenado, boicotado. Mas suas ações, e as de Bin Laden e do Irã, colocaram Israel efetivamente nas boas graças de uma série de países que começaram a pensar duas vezes sobre vocês. E que deixaram de se preocupar com vocês. Nenhum país do mundo - Israel incluso – deixou de se preocupar com vocês no passado. Agora, quando suas frustrações são realmente piores do que nunca, seu grito cai em orelhas surdas - ou hostis.

Nós, dos meios de comunicação, a mídia, embalamos vocês, apoiamos vocês, consideramos vocês os nobres perseguidos. Em resposta, vocês decidiram que os Judeus controlam a mídia, que ela toma o lado de Israel, que difama a causa Palestina.

Olhem novamente.

Sua celebração do terror tem alienado muitos de seus amigos mais íntimos.

Vocês fizeram isso. Vocês. Ninguém mais. Vocês convenceram exatamente os Israelenses que estavam dispostos a trocar Judeia e Samária por paz, que isso seria literalmente um erro fatal.

No mês passado, como se para tirar o que ainda sobrava de dúvida, o veterano representante da Autoridade Palestina no Líbano, membro do Comitê Central da Fatah, Abbas Zaki, disse a uma estação de televisão libanesa, "Deixe-me dizer-lhe, quando a ideologia de Israel desmoronar, e tomarmos, pelo menos, Jerusalém, a ideologia Israelenses entrará em colapso na sua totalidade, e vamos começar a avançar com a nossa própria ideologia, Se D-us quiser, e então vamos expulsar a todos eles da Palestina. "

Vocês devem a seus filhos mais do que isso. Vocês devem a seus filhos mais do que sonhos irrealizáveis, pesadelos, ameaças e delírios. Vocês lhes devem mais do que o mero status de vítimas. Devem-lhes, aos seus filhos, e aos filhos deles também, mais que uma cultura de fracasso, de passividade, de violência e de perda. Vocês devem a seus filhos, aos filhos de seus filhos – e aos nossos - uma honesta busca da paz.

Ou vocês apenas preferem que eu simplesmente me cale? São só os desvairios de mais um Judeu pouco confiável? Ainda querem acreditar que vocês fizeram tudo certinho? Ainda querem acreditar que os poucos que seguem seus amigos na esquerda do Ocidente são só uns babacas impotentes? Ainda querem seguir acreditando que, se vocês se aguentarem por tempo suficiente, tudo vai sair do seu jeito?

Que seja da forma que vocês quiserem.

Talvez, infelizmente para ambos os lados, possamos esperar.



Escrito por: Bradley Burston. Publicado: Haaretz. Tradução: Marcos Susskind
Publicado no site em: 17/06/2008
 
 

 


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