Proposta de Barak prevê convocação de eleições e aumenta pressão sobre premiê de Israel
O ministro da Defesa e ex-premiê de Israel, Ehud Barak, disse ontem que prepara uma lei para dissolver o Parlamento e forçar a convocação de eleições antecipadas. As declarações de Barak aumentaram ainda mais a pressão para que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, renuncie.
Na semana passada, o ministro exigiu o afastamento de Olmert da chefia do governo até que fiquem esclarecidas as acusações de corrupção contra ele. Na ocasião, Barak disse que, se o premiê continuasse no cargo, ele romperia a coalizão governista - da qual o seu partido, o Trabalhista, é parte essencial - e pressionaria o Parlamento pela convocação de eleições antecipadas. No entanto, ele não estabeleceu um prazo para a saída do premiê.
Integrantes do partido do ministro da Defesa afirmaram que há apoio suficiente no Parlamento para a legislação de Barak passar. Uma outra fonte afirmou que o projeto será apresentado em duas semanas.
Promotores israelenses estão investigando dezenas de milhares de dólares declarados como doação de campanha a Olmert antes de ele se tornar premiê em 2006. Em depoimento na semana passada, o americano Morris Talansky afirmou ter entregado US$ 150 mil em dinheiro vivo para o premiê ao longo de 13 anos. Olmert assegura que o dinheiro foi gasto de forma lícita e afirma que jamais aceitou subornos.
Ontem, o premiê reuniu-se por duas horas com o presidente palestino, Mahmud Abbas, para tentar reafirmar que as negociações de paz entre os dois povos não seriam afetadas pela crise política interna de Israel. O clima entre os dois líderes estava tenso por causa da decisão de Israel de construir novos assentamentos em Jerusalém Oriental. Após o encontro, o governo israelense falou de "progressos" enquanto os palestinos afirmaram que as duas partes seguem separadas por um "abismo". "Posso dizer sem equívocos que progressos foram feitos", afirmou Marc Regev, porta-voz de Olmert. "(Os dois líderes) examinaram a evolução das negociações e expressaram sua determinação em alcançar um acordo histórico antes de 2009." Abbas protestou contra o anúncio dos novos assentamentos e disse que as negociações podem ficar complicadas. "Se Israel não detém essas atividades, será difícil alcançar um acordo político", afirmou Abbas.
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Magal
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