Hamas pode atrair "holocausto" a Gaza, diz vice-ministro de Israel
O vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnai, afirmou nesta sexta-feira que o grupo radical islâmico Hamas pode atrair um "holocausto" para a faixa de Gaza por meio dos constantes ataques com foguetes Qassam lançados da região contra alvos israelenses.
Desde a quarta-feira (27), 31 pessoas morreram atingidas por mísseis lançados por Israel --entre elas 14 civis, incluindo oito crianças-- de acordo com fontes oficiais palestinas.
"Quanto mais os ataques com foguetes se intensificarem, maior será o holocausto, porque usaremos o que for necessário para nos defendermos", disse Vilnai à rádio militar.
No entanto, o porta-voz de Vilnai minimizou a declaração, dizendo que ele pretendia se referir a um "desastre", e não fazia alusão a genocídio. A palavra hebraica usada pelo vice-ministro, "shoah" pode significar tanto Holocausto como desastre, mas raramente é usada em outro contexto que não as discussões do Holocasuto nazista cometido contra os judeus.
O porta-voz do Ministério israelense de Relações Exteriores, Arye Mekel, acrescentou: "O vice-ministro Matan Vilnai usou a palavra hebraica 'shoah' em sentido de catástrofe ou desastre, e não em referência ao Holocausto".
Um israelense morreu em um ataque com foguete na cidade de Sderot, no sul de Israel.
A tensão cresce na região depois de vários ataques com foguetes contra a cidade de Ashkelon, que forçaram Israel a ativar um sistema de proteção antifoguetes.
Nesta quinta-feira, Ashkelon foi atingida por vários foguetes vindos de Gaza, em uma escalada da violência entre as forças de Israel e membros do grupo radical islâmico Hamas.
Um dos foguetes atingiu um prédio residencial, ultrapassando o telhado e atingindo três andares. Um outro foguete atingiu uma escola, ferindo uma estudante de 17 anos.
Sistema de proteção
Localizada a 17 quilômetros de Gaza, Ashkelon já havia sido atingida esporadicamente por foguetes anteriormente, mas nunca havia sido alvo de vários ataques consecutivos.
Anteriormente, a maior parte dos foguetes lançados por grupos palestinos atingia Sderot, uma pequena cidade próxima de Gaza. Ashkelon --uma cidade grande a apenas 40 quilômetros de Tel Aviv-- foi pega de surpresa pela série de ataques, segundo o prefeito.
"É uma cidade de 120 mil habitantes, com grandes instalações, estádios, e uma praia. Ninguém estava preparado para isso", disse Roni Mehatzri à rádio de Israel.
Após os lançamentos de foguetes desta quinta-feira, Israel ativou o chamado "Código Vermelho", sistema de proteção que detecta a aproximação de foguetes e aciona um alarme.
O Exército estuda agora a possibilidade de instalar mais radares perto de Ashkelon.
Reocupação
Vilnai também alertou hoje para a possibilidade de reocupação da faixa de Gaza.
"Isso [a reocupação] seria triste e difícil, mas não temos outra escolha", disse Matan Vilnai, vice-Ministro da Defesa de Israel, nesta sexta-feira. Segundo ele, o Exército prepara uma operação em larga escala para dar fim aos lançamentos de foguetes.
"Estamos chegando perto do momento em que usaremos toda a nossa força. Até agora, usamos uma pequena parcela, devido à natureza do território", disse Vilnai à rádio israelense.
Hamas
O porta-voz do Hamas, Abu Zuhri, comentou as declarações de Vilnai: "Estamos enfrentando novos nazistas, que agora querem matar e queimar o povo palestinos".
Ismail Haniyeh, chefe do Hamas em Gaza, falou a cerca de 2.000 partidários nesta sexta-feira, no primeiro discurso em mais de um mês. Ele e outros líderes do grupo permanecem fora de circulação e dizem temer serem assassinados por tropas de Israel.
O Hamas administra a faixa de Gaza desde junho de 2006, quando expulsou da região as forças de segurança ligadas ao Fatah --partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
Tropas e tanques israelenses estavam em ação no norte de Gaza nesta sexta-feira, segundo fontes palestinas. Aviões israelenses continuam a bombardear alvos na área costeira.
Um ataque ocorrido próximo de Jebalya feriu cinco pessoas --incluindo três crianças e uma idosa, segundo Moaiya Hassanain, do Ministério da Defesa de Gaza.
O Exército diz que realizou ataques em áreas freqüentemente usadas para lançar foguetes.
Milhares foram às ruas de Gaza para funerais de pessoas mortas em ataques recentes.
Com Associated Press
Magal
Visite www.correioregional.com