JERUSALÉM - Vários ministros do Governo israelense pediram hoje o assassinato do secretário-geral do Hisbolá, o xeque Hassan Nasrallah, um dia depois de ele ter anunciado que o grupo possui restos mortais de soldados israelenses em seu poder.
Hassan Nasrallah deveria ser assassinado o quanto antes, afirmou hoje o ministro de Assuntos Religiosos, Yitzhak Cohen, do partido religioso sefardita Shas, em resposta ao anúncio de que o Hisbolá tem "cabeças e partes do corpo" de soldados israelenses.
Cohen, que chamou o líder do Hisbolá de homem cruel e louco, declarou que suas afirmações "lembram as declarações feitas por Hitler e pessoas afins".
Não entendo porque ele continua vivo, deveríamos tê-lo liquidado há muito tempo. Recomendarei ao gabinete que assassinemos esse homem", acrescentou o ministro.
Por sua vez, o ministro do Interior, Meir Sheetrit, do partido governista Kadima, afirmou que Nasrallah é uma pessoa que cruzou todas as linhas desumanas: Não devemos negociar com ele, mas, sim, destruí-lo.
Já o ministro da Habitação e Construção, Ze ev Boim, chamou o líder do Hisbolá de rato de esgoto e deixou bem claro: Devemos nos assegurar de que (Nasrallah) não veja a luz do dia.
Fontes governamentais e militares entrevistadas pela imprensa local disseram que Israel não tem intenções de negociar com a milícia libanesa para obter os restos mortais de seus soldados.
Por outro lado, o Governo israelense diz que centrará seus esforços para conseguir libertar os soldados Ehud Goldwasser e Eldad Regev, capturados em julho de 2006.
Ontem, durante uma grande concentração por ocasião da festividade de Ashura em Beirute, Nasrallah disse que o Hisbolá tem cabeças, pernas e um corpo incompleto de soldados israelenses em seu poder.
Além disso, acusou o Exército israelense de mentir para as famílias dos militares.
Israel não negociará com Hisbolá para conseguir restos de seus soldados
Jerusalém, 20 jan (EFE).- Israel não negociará com o Hisbolá para conseguir a devolução dos restos de seus soldados e se centrará em obter a libertação dos militares Ehud Goldwasser e Eldad Regev, capturados em julho de 2006, disseram hoje fontes governamentais e militares israelenses.
As fontes políticas israelenses, citadas pela imprensa local, expressaram sua consternação pelas declarações deste sábado do líder da milícia xiita libanesa, o xeque Hassan Nasrallah, que assegurou que o Hisbolá tem em seu poder cabeças, pernas e um corpo incompleto de soldados israelenses.
Não há intenção de cooperar com Nasrallah. Não seremos parte deste negócio sujo de restos de soldados israelenses e não vamos negociar partes de corpos, asseguraram.
Fontes militares oficiais confirmaram que a milícia libanesa retém restos mortais de soldados do Exército israelense mortos durante o conflito contra o Hisbolá, entre julho e agosto de 2006.
Afirmaram também que os organismos de segurança já informaram a situação aos familiares dos militares que poderiam se sentir afetados pelas declarações do Hisbolá.
Em um incomum comunicado divulgado ontem à noite, o Exército israelense qualificou as palavras do xeque Nasrallah sobre os restos de corpos de soldados israelenses de "cínicas e cruéis".
O clérigo se referiu aos restos mortais dos soldados israelenses em discurso pronunciado diante de centenas de milhares de pessoas no sul de Beirute, por ocasião da festividade da "Ashura", a principal dos muçulmanos xiitas.
Fontes militares acreditam que o líder do Hisbolá não se referia em suas afirmações a Ehud Goldwasser e a Eldad Regev, cujo seqüestro quando patrulhavam a zona fronteiriça desencadeou o conflito no qual perderam a vida mais de mil libaneses e 150 israelenses.
Em janeiro de 2004, o Estado judeu e o Hisbolá trocaram os restos de três soldados israelenses e um empresário com vida por 36 prisioneiros árabes - a maioria libaneses - na Alemanha, pelos corpos de 59 guerrilheiros libaneses na fronteira com o Líbano e por 400 palestinos na Cisjordânia e Gaza.
Israel obteve assim os restos de três soldados que o Hisbolá tinha seqüestrado em outubro de 2000, em um ataque na fronteira comum.
Naquela ocasião, também foi colocado em liberdade pela milícia o empresário Elhanan Tennenbaum, capturado em um país do Golfo Pérsico, também em outubro de 2000. EFE db mh
--
Magal
Visite www.correioregional.com