Yigal Amir, assassino do premiê israelense Yitzhak Rabin, assistirá à circuncisão de seu filho no próximo dia 4 na cadeia onde cumpre pena. A data coincide com o 12º aniversário do assassinato.
Ariel Schalit /AP |
Yigal Amir, assassino confesso de Yitzhak Rabin, durante audiência em Tel Aviv |
Amir, condenado à prisão perpétua, recebeu nesta quinta-feira a autorização de um tribunal de Tel Aviv. Segundo o documento, Amir poderá assistir à circuncisão de seu filho na prisão.
A cerimônia, denominada Brit Milá, é um preceito positivo da Torá (livro sagrado judeu) na qual deus ordena a circuncisão de todo menino judeu no oitavo dia de vida. É um dos rituais mais sagrados e, como é efetuado sem a consciência da criança, significa um ato de fé acima da lógica.
Amir havia pedido para sair da prisão para participar da cerimônia. A demanda foi negada devido à gravidade de seu crime.
"Neutralização política"
Em 4 de novembro de 1995, Amir matou Rabin a tiros durante uma cerimônia pela paz em Tel Aviv. Sua intenção era interromper o processo de paz com os palestinos que Rabin havia iniciado dois anos antes e, assim, evitar a concessão da Cisjordânia e Gaza aos palestinos.
Para os ultranacionalistas judeus, as regiões fazem parte do território de Israel.
"Decidi matá-lo para neutralizá-lo politicamente. Não lamento nada", declarou Amir durante o interrogatório ao qual foi submetido horas depois do crime e divulgado pela polícia.
Segundo resoluções internacionais, os dois territórios são considerados ocupados por Israel --inclusive Gaza, de onde os israelenses se retiraram em 2005-- e devem ser devolvidos aos palestinos para a criação de seu Estado independente.
Casamento
Há dois anos, Amir se casou com Larissa Trimbobler. No ano passado, os tribunais permitiram visitas conjugais periódicas e, no domingo passado, Larissa deu à luz um menino.
O oitavo dia de nascimento da criança coincide com o aniversário de morte de Rabin.
Em Israel, o assassinato é lembrado de acordo com o calendário lunar judaico, e o luto foi celebrado na semana passada. De todo modo, milhares de pacifistas são esperados na Praça dos Reis, em Israel (atualmente denominada Praça Yitzhak Rabin), onde Amir cometeu a assassinato. A morte de Rabin, para muitos analistas, mudou o rumo do processo de paz na região.
Até hoje, Amir diz não se arrepender do crime.
Yitzhak Rabin foi chefe do Estado Maior israelense durante a guerra dos Seis Dias, em 1967, na qual Israel conquistou os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1994 junto com seu então ministro das Relações Exteriores, Shimon Peres, e com o líder palestino Yasser Arafat, pela assinatura dos acordos de Oslo.
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Magal
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