A ocupação dos territórios palestinos da Cisjordânia e de Gaza, ao completar os 40 anos da guerra de 1967, custou mais de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) a Israel, segundo especialistas em macroeconomia.
Essa soma inclui as despesas civis, isto é, a construção de assentamentos judaicos e sua manutenção; as da segurança que deve ser garantida a seus moradores pelas Forças Armadas, e o lucro cessante em relação ao Produto Interno Bruto, informa neste domingo o serviço eletrônico YNET, do jornal "Yedioth Ahronoth".
A média anual de despesas militares para manter o controle na Cisjordânia e em Gaza está cifrada em cerca de US$ 600 milhões (cerca de R$ 1,2 milhão) ao ano, e o custo civil dos 121 assentamentos existentes, sem incluir os do distrito de Jerusalém, é maior que o das comunidades dentro do território reconhecido de Israel.
O investimento em imóveis construídos nos últimos 40 anos é avaliado em US$ 14 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões), e a "cerca de segurança" levantada na Cisjordânia, cuja extensão foi duplicada devido à necessidade de proteger os assentamentos, custará cerca de US$ 2,5 bilhões (aproximadamente R$ 5 bilhões).
A evacuação de oito mil colonos desalojados há dois anos dos assentamentos de Gaza custou ao contribuinte israelense mais de US$ 2 bilhões (R$ 4 bilhões).
O preço para evacuar os 250 mil da Cisjordânia, uma exigência dos palestinos em troca da paz, seria de aproximadamente US$ 60 bilhões (R$ 120 bilhões).
Os 21 assentamentos da Faixa de Gaza foram evacuados e desmantelados entre agosto e setembro de 2005, e desde então esse território ficou sob o controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O custo da manutenção é maior nos assentamentos da Cisjordânia do que nas localidades de Israel devido às despesas relacionadas à segurança - efetivos militares e policiais, iluminação especial, rotas e estradas - que o Estado deve proporcionar a seus 250 mil colonos por se tratar de cidadãos israelenses, embora vivam em territórios ocupados.
Segundo o cálculo dos especialistas, o custo civil é similar ao das despesas militares: 2,5 bilhões de sheqalim (moeda local), cerca de US$ 600 milhões, o que também inclui subvenções estatais, isenção ou reduções de impostos e ajuda social, entre outras vantagens, como o preço muito menor dos imóveis do que em Israel.
Isso acontece porque esses israelenses vivem em regiões "de prioridade nacional", motivo pelo qual o Estado teve de proporcionar a esses assentamentos a devida infra-estrutura, como estradas e rotas que contornam localidades palestinas, serviços sanitários, edifícios públicos e iluminação.
Milhares de israelenses se manifestaram ontem em Tel Aviv e Jerusalém contra a ocupação, em razão do 40º aniversário da "Guerra dos Seis Dias", com palavras de ordem como "a ocupação corrompe" e "os assentamentos são um desastre e uma vergonha para Israel".
"Imagine o quanto a pobreza reduziria em Israel" sem estas despesas, disse ao jornal Ruby Nathanzon, do Centro de Macro Ciências Econômicas.
A manutenção dos assentamentos contém uma "terrível distorção, um custo econômico enorme unido à carga do orçamento militar" do país, acrescentou.
Segundo os economistas, aproximadamente 10% dos sete milhões de habitantes de Israel sofrem de sérios problemas de pobreza, e organizações de voluntários fornecem alimentação a dezenas de milhares de famílias necessitadas.
O deputado Zvi Hendel, do Partido ultranacionalista da União Nacional, refutou esse argumento dizendo que "um Estado não se mede em dinheiro. Seria mais barato alojar os moradores da Galiléia e do deserto do Neguev em hotéis de Tel Aviv".
"Também se pode dizer que em vez de fundar o Estado de Israel poderíamos arrendar várias ruas de Nova York", acrescentou.
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Magal
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