O Povo Escolhido
por Rabino Shraga Simmons
Mito 1: O casamento beneficia muito mais aos homens do que as mulheres.
Esta falsa afirmação faz com que muitas mulheres visualizem seu papel numa relação de forma negativa, como se fossem mártires para as necessidades de seu marido, apesar de terem tido qualquer experiência contrária a esta. O poder dos mitos populares de alterar expectativas e percepções da realidade é surpreendente.
Aparentemente, apesar de existirem relatos contrários a este, ambos homens e mulheres vivem vidas mais longas, felizes, saudáveis e prósperas quando estão casados. (Este e os outros quatro mitos são baseados em estudos feitos por Rutger's National Marriage Project. A pesquisa mais recente é intitulada "The Marrying Kind: Which Men Marry and Why?" (" o tipo de casamento: que homes se casam e porque?")
Espera-se que muitas mulheres estejam mais tranqüilas ao reconhecerem que também se beneficiam de serem casadas e que reconheçam que o ato de "dar" que acompanha uma relação saudável e forte é um prazer e não uma dor. Também ajuda a perceberem que não são somente seus maridos os beneficiários de seu ato generoso de "dar".
Mito 2: A chave para o sucesso de um casamento duradouro é a boa sorte e o amor.
Segundo alguns casais em Hollywood, o comprometimento e o companheirismo são o segredo da durabilidade de seus casamentos. Ou seja, o casamento exige trabalho duro, dedicação e comprometimento. "Os casais mais felizes são como amigos que dividem suas vidas e compartilham seus interesses e valores".
Esta resposta pode ser retirada da Torá no episodio que relata a procura de Eliezer por uma noiva para Isaac. Ele procurava uma moça que tivesse boas qualidades, especialmente a generosidade, algo que Rivka comprovou quando trouxe água para ele e seus camelos. Também aprendemos a importância do comprometimento quando a Torá descreve que primeiro Isaac se casou com Rivká, e depois a amou. Os casamentos judaicos se fundamentam em valores como o comprometimento e os valores compartilhados. Para um bom casamento, a "velha sabedoria" é a mais confiável.
Mito 3: Os casais que vivem junto antes do casamento podem testar se combinam um com o outro e têm casamentos mais satisfatórios e duradouros do que os casais que não o fazem.
Muitos estudos comprovaram que o oposto desta afirmação é verdade. É possÃvel que pessoas que vivam juntas tenham um sentimento maior de comprometimento, já estabelecido como elemento principal para um casamento bem sucedido. Mas, esta atitude tem outras implicações. Sem comprometimento, como você lidará com os problemas que surgirão? E o contrário também é verdade: com compromisso será que existirá algum problema que não poderá ser enfrentado?
"Mas como sabemos se a pessoa combina comigo?" é a pergunta freqüente. Este é o pensamento mágico. Não há nenhum teste especial de compatibilidade e a quantidade de tempo passados juntos não oferecem nenhuma garantia. A única coisa que funciona é o comprometimento e o trabalho duro.
Sempre que eu dou aulas de casamento, as pessoas freqüentemente ficam desapontadas com o que eu tenho a dizer. Todos querem uma explicação profunda e compreensiva, alguma idéia dramática que mudará sua experiência matrimonial. Mas não existe nenhuma. Construir um bom casamento é muito simples em sua concepção, e como muitas idéias simples, difÃcil em sua execução. É manter o comprometimento passo a passo, é levá-lo adiante, não importa o que aconteça. Viver junto lhe prepara para isso. Só a mudança de atitude, talvez uma comunidade que lhe apóie e a ajuda do Todo-poderoso pode levá-lo a conseguir.
Quando o casamento é construÃdo junto, considerando-se metas e objetivos correspondentes no lugar de companheirismo, o casamento se torna duradouro e conseguimos ir adiante com ele
Mito 4: As pessoas não podem esperar estarem casadas para sempre como nos velhos tempos porque vivemos muito mais hoje em dia.
Parece louco não é? Mas a pesquisa mostra que este pensamento é muito comum.
Como o autor assinala sabiamente, nós também estamos nos casando mais tarde! E metade de quase todos os divórcios acontecem no 7° ano de casamento, uma "oportunidade" disponÃvel para nossos antepassados também. Mais uma vez, nossa relutância em assumir um compromisso duradouro mostra sua face negativa.
Como assim, "pessoas não podem esperar"? Porque impor limites a nossas habilidades? Abraão e Sarah tiveram seu primeiro filho respectivamente com 90 e 100 anos. E quem vive muito mais ? Como todo educador sabe, crianças (e adultos) se levantam e caem de acordo com as expectativas colocadas neles. Se você tiver esperança de que seu casamento seja duradouro, há muitas chances de que ele seja mesmo, muito mais do que se você pensar que ele não durará.
Mito 5: O casamento me fará feliz.
Se uma pessoa que é solteira está infeliz, no casamento, então, ela também estará. O casamento não vai resolver meus problemas. Quando casamos, trazemos nossa bagagem conosco, assim como nossos parceiros trazem suas neuroses também. O casamento não é uma receita para a felicidade ou realização.
Temos que trabalhar para estarmos felizes e satisfeitos e apoiar nossos parceiros para alcançarmos a felicidade no casamento. Todos os segredos para as boas relações que nós lemos e praticamos com nossos amigos durante anos devem entrar em cena agora: estarmos prontos para perdoar, ser generoso, ignorar os defeitos, não se preocupar em quem está certo. A felicidade existe, mas não vem automaticamente com o anel.
O casamento pode ser uma experiência surpreendente, como num excitante passeio na montanha russa. Haverá alegria e tristeza, existirá; angústias e lágrimas. Mas deve ser abordado de maneira séria e com expectativas razoáveis. É um paradoxo. Para podermos ter "alegria" no casamento, temos que tratá-lo com seriedade. Os benefÃcios e oportunidades do casamento somente serão obtidos com a ajuda e a segurança do comprometimento. Outras teorias oferecem uma outra forma tentadora de entrar (ou sair) do casamento, mas, no final das contas, o casamento se fundamenta na antiga sabedoria e não na nova..
Publicado no domingo, 17 de outubro de 200 Apreciando uma idéia freqüentemente mal compreendida
A nação judaica é freqüentemente chamada de "O Povo Escolhido."
Muitas pessoas (inclusive os judeus) se sentem desconfortáveis com esta idéia. Eles entendem o conceito de um "Povo Escolhido" como racista e conectado ao conceito nazista de uma suprema nação ariana. O que parece contradizer o ideal Ocidental aceito por todas as pessoas de que todos são iguais perante Deus.
Será o conceito judaico de "escolhidos" racista?
Quando a Torá se refere ao povo judeu como "escolhido," não está de forma alguma afirmando que os judeus são racialmente superiores. Americanos, asiáticos, russos, europeus, escandinavos e etÃopes e, além disso, caucasianos, negros e orientais - são todos parte do povo judeu. É impossÃvel definir escolhido como qualquer coisa relacionada à raça, desde de que os judeus são diversos racialmente.
Enquanto o termo "Povo Escolhido" ( Am Nivchar – Deuteronômio 7:6) não significa racialmente superiores, escolhido implica uma singularidade especial.
O que é esta singularidade?
Historicamente voltemos para Abraão. Abraão viveu em um mundo de idolatria, que ele concluiu ser contraditório pela realidade da natureza.
Abraão investiu anos de dedicação e esforço para ser representante de D'us.
Então, Abrãao começou a acreditar num só D´us , e colocou sobre si a responsabilidade de ensinar para os outros este ideal monoteÃsta. Abraão estava até disposto a sofrer perseguições por suas crenças. Depois de anos de esforço enorme, dedicação e a disposição para se tornar representante de D´us em seu mundo, D´us mesmo escolheu ele e seus descendentes para serem os professores que iam passar este ideal, esta mensagem monoteÃsta. Em outras palavras, não é que D´us escolheu os judeus e sim os judeus escolheram a D´us (através de Abrãao).
Sermos escolhidos não era parte do "plano original" de D'us. Inicialmente toda a humanidade tinha o papel de ser mensageira de D'us, mas depois do pecado de Adão a humanidade perdeu este privilégio e só Abraão escolheu tomar esta responsabilidade. Se outros quisessem, e foi oferecida a eles a escolha, teriam se juntado a este pacto especial que foi selado com a entrega da Torá no Monte Sinai.
Se um privilégio é oferecido para alguém que está disposto a pagar o preço necessário, ninguém pode protestar que aquele que estava disposto a fazer o esforço extra estava sendo favorecido. Por exemplo: é razoável que um empregado que concorde em trabalhar horas extras, em freqüentar seminários de treinamento e administrar projetos especiais, deveria ter um bônus pela sua performance -- particularmente se cada empregado recebesse a mesma oportunidade e não a utilizasse.
A essência de ser escolhido significa responsabilidade. É uma responsabilidade de mudar o mundo -- não convertendo todo mundo para JudaÃsmo, mas vivendo como uma comunidade modelo apoiada por ética, moralidade e convicções de um único D'us. Deste modo nós podemos influenciar o resto da humanidade. Sendo então uma "luz entre as nações" (Isaias 42:6).
O JudaÃsmo é Universal
Ademais, o JudaÃsmo não é exclusivo. Um ser humano não precisa ser judeu para alcançar um nÃvel espiritual mais alto. Enoch "caminhou com D'us," e Noé teve um nÃvel bastante alto de relação com D'us. Porém, nenhum deles era judeus. Nossa tradição é a de que todas as 70 nações devam funcionar juntas e desempenhar seu papel integral nesta existência chamada de: humanidade.
De acordo com o JudaÃsmo (Talmud - Sanhedrin 58b), qualquer pessoa pode alcançar um lugar no Mundo Vindouro observando fielmente as sete leis fundamentais de humanidade.
Estas sete leis são chamadas as "Leis de Noé ", partindo de que todos os seres humanos são descendente de Noé:
1) Não assassine.
2) Não roube.
3) Não adore deuses falsos.
4) Não seja sexualmente imoral.
5) Não coma o membro de um animal vivo.
6) Não amaldiçoe D´us.
7) Instale tribunais e traga ofensores para a justiça.
O Templo era o centro universal de espiritualidade, onde todas as pessoas eram bem vindas para que trouxessem oferendas.
A Torá é para toda humanidade. O rei Salomão construiu o Templo em Jerusalém, e pediu a D'us para dar atenção à oração de não judeus que vinham para o lá (Reis 8:41-43). O Templo era o centro universal de espiritualidade, que o profeta Isaias chamava de "uma Casa de oração para todas as nações." Os não judeus eram bem recebidos quando traziam oferendas para o Templo. O serviço no Templo, durante a semana de Sucot, apresentou um total de 70 oferendas de touro, que correspondia a cada uma das 70 nações do mundo. De fato, o Talmud diz que se os romanos tivessem percebido o quanto eles estavam se beneficiando do Templo, eles nunca o teriam destruÃdo!
A maioria das outras religiões diz que os descrentes são condenados à maldição eterna. Até os sistemas do calendário do Cristianismo e do Islã refletem uma filosofia de exclusão; cada uma delas começa com o nascimento de sua respectiva religião.
O calendário judaico, por outro lado, começa com a criação de Adão, o primeiro homem, nos ensinando, assim, o intrÃnseco valor de todo ser humano, mesmo antes da religião judaica nascer.
Por essa razão judeus não estão à procura de convertidos, pois segundo o JudaÃsmo todos merecem um lugar no céu sem ser necessária nenhuma conversão.
Conversão
Um componente importante da abordagem de não-exclusão do JudaÃsmo é o de que qualquer pessoa -- não importando de onde venha ou a que religião pertença -- pode escolher aceitar a Torá e se tornar parte da nação judaica. Realmente, alguns dos maiores nomes da história judaica - Ruth, antepassada de Rei David, e Onkelos, o Sábio do Talmud -- eram convertidos.
Os requisitos para conversão se assemelham à experiência judaica no Monte Sinai.
De acordo com o Código de Lei Judaico (o "Shulchan Aruch"), existem três requisitos para uma conversão válida (se assemelhando à experiência do Povo Judeu no Monte Sinai):
1) Mitzvot - O convertido deve crer em D'us e na divindade da Torá, assim como também aceitar observar todas as 613 mitzvot (comandos) da Torá. Estes incluem a observância do Shabat, Kashrut, etc, como detalhado no Código de Leis Judaica, que é a fonte autorizada para observância Judaica.
2) Milá - Convertidos devem fazer uma circuncisão com um "Mohel" qualificado.
3) Mikveh - Todos os convertidos devem submergir no Mikveh, um banho ritual ligado a um reservatório de água de chuva.
Todo os requisitos acima devem ser feitos perante um tribunal rabÃnico haláchico válido e perante três homens judeus que crêem em D´us, aceitem a divindade da Torá e observem as mitzvot.
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Magal
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