
No pôr-do-sol desta sexta-feira (22) os judeus celebram o Rosh Hashaná, o Ano Novo. Esse é o Dia do Julgamento e quando Deus determina o destino de cada um para o ano que se inicia.
Para os judeus, o Ano Novo é o “aniversário do mundo”. E o mundo, de acordo com o calendário judaico, completa 5767 anos. Parece simples? Espere pelo segundo parágrafo.
O ano judaico começa pelo sétimo mês, Tishrei. O primeiro mês, Nissan, é o mês da libertação dos judeus do Egito, evento-chave na história judaica. Resolvido? Aguarde o terceiro parágrafo.
O primeiro de Tishrei é o dia em que, de acordo com a religião judaica, surgiram Adão e Eva, mas Adão e Eva só surgiram no sexto dia da criação. Os rabinos explicam que só a partir deste dia, dia seis do mundo, Deus pôde ser considerado Rei, por efetivamente ter sobre quem reinar. Rosh Hashaná, portanto, marcaria o início de um reino com súditos: homens, no caso. Acabou por aí? Calma que vem o quarto.
Também num dia de Ano Novo, Caim matou Abel, diz a tradição. Teria sido o primeiro ato de violência da humanidade. E, de alguma forma, o mundo expiaria até hoje. Em Rosh Hashaná (literalmente "a cabeça do ano"), o mundo inteiro seria julgado. Faltou alguma coisa? Lá vem o último...
Rosh Hashaná é também uma data de alegria, em que os judeus anseiam por um bom ano, "shaná tová". Na mesa, não pode faltar pão redondo (símbolo de que a vida tem seus círculos), nem maçã com mel (por um ano doce, "shaná umetuká"). Na sinagoga, o que dá o tom é o toque do "shofar" (trombeta feita com um chifre de animal, geralmente um carneiro). Se perder a festa, espere pelo ano que vem.