Israel terá Parada do Orgulho Gay em novembro
JERUSALÉM - No final, a comunidade homossexual venceu. A Parada do Orgulho Gay em Israel acontecerá à luz do sol, com a proteção da polícia, em 10 de novembro, das primeiras horas da manhã até o início da noite.
Para estabelecer esta data, ocorreram numerosas batalhas com o município de Jerusalém, com o prefeito ortodoxo Uri Lupoliansky e com a polícia. Por fim, a organização Casa Aberta, que reúne os homossexuais de Jerusalém, não teve outra alternativa senão pedir assistência à Suprema Corte israelense, que hoje estabeleceu que, apesar dos problemas objetivos de ordem pública, a liberdade de expressão deve ter a última palavra.
A Casa Aberta queria organizar em Jerusalém uma grande manifestação internacional no verão de 2005. No entanto, naqueles meses a polícia israelense estava empenhada na retirada de milhares de colonos em Gaza. A manifestação foi então remarcada para o verão de 2006.
Mas novamente a política veio atrapalhar os planos: havia combates no Líbano, os soldados israelenses estavam morrendo todos os dias. Impensável fazer a festa pública.
A manifestação internacional teve sua data alterada mais uma vez. A Casa Aberta pediu permissão para realizar em setembro um desfile "feito em casa", apenas com israelenses e, talvez, amigas e amigos palestinos de Jerusalém leste. Inicialmente, a polícia não deu resposta.
Depois, requisitada pela Suprema Corte, informou que o desfile não poderia ser feito por motivos de ordem pública.
A polícia informou que, nas últimas semanas, foram obtidas informações de inteligência segundo as quais os judeus ortodoxos ameaçavam mobilizar-se para impedir aquela manifestação. Não se excluía a possibilidade de usarem garrafas incendiárias ou mesmo armas automáticas. Para manter a ordem pública seriam necessários reforços de agentes de todo o território israelense. Mas, segundo a polícia, os reforços não seriam possíveis porque medidas especiais de segurança foram adotadas para a próxima semana, por ocasião do Ano Novo hebraico e do Ramadã islâmico.
Nos meses passados, em um bairro ortodoxo hebraico, foram colados cartazes nos quais se oferecia uma recompensa de 20 mil shekel (três mil euros) a quem matasse um homossexual ou uma lésbica. No passado, em uma manifestação análoga em Jerusalém, um hebreu ortodoxo esfaqueou três homossexuais.
Apesar dessas ameaças, os juízes estabeleceram que a manifestação será feita em novembro. - Estamos muito felizes - disse Noa Satat, uma dirigente da Casa Aberta. - A manifestação deste ano terá uma importância particular para nós - acrescentou.(ANSA)