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As próximas guerras

Caroline Glick

Desde que o cessar-fogo foi implementado no Líbano, temos ouvido relatos dispersos indicando que pode estar em andamento uma troca de prisioneiros com os palestinos. Em troca de centenas, se não de milhares, de terroristas palestinos mantidos agora em prisões israelenses, o cabo Gilad Shalit das FDI (Forças de Defesa de Israel), que foi mantido como refém por terroristas palestinos durante quase dois meses, pode ser libertado do cativeiro.
Estes relatórios corroboram a percepção de que as coisas estão de volta ao normal. Terroristas seqüestram israelenses e os mantém como reféns e Israel solta terroristas para libertá-los. É um pensamento confortante para pessoas como o Primeiro Ministro Ehud Olmert e seus colegas e os membros do Estado Maior do Ten. - Gen. Dan Halutz, que continuam acreditando que será possível Israel assinar em uma linha pontilhada e alcançar "uma existência normal". Infelizmente, a chance de Shalit ser libertado é quase tão remota quanto a chance de Israel alcançar uma "existência normal". Fontes palestinas explicam que a decisão de libertar Shalit ou não está firmemente nas mãos dos iranianos e sírios, e eles não estão nenhum pouco a fim de "negociar cavalos" com os judeus.
Hoje em dia, a Autoridade Nacional Palestina nada mais é do que outra "procuradora" do Irã. Durante o último mês de guerra no Líbano, foi o grupo terrorista Fatah, supostamente moderado, e as forças de segurança palestinas, lideradas pela Fatah, supostamente moderadas, que organizaram comícios com multidões nas ruas de Ramallah e Gaza, dando vivas ao Hezbollah e conclamando Hassan Nasrallah a bombardear Tel Aviv. Agora, com o resultado do cessar-fogo, que deu ao Hezbollah e seus estados patrocinadores, Síria e Irã, a maior vitória em sua história, forças da ANP estão se preparando ativamente para uma nova rodada de guerra contra Israel. Como os porta-vozes do Hamas colocaram, a derrota de Israel no Líbano os convenceu de que é possível adotar os métodos do Hezbollah para destruir o estado judeu. Entre falsos relatos de que ele estava planejando dissolver o governo do Hamas e substituí-lo por um governo de tecnocratas, Abbas foi a Gaza na segunda-feira pela manhã e perguntou ao Primeiro Ministro Ismail Haniyeh do Hamas se a Fatah poderia se unir ao seu governo.
Haniyeh ainda não aceitou a oferta de Abbas, conforme instruções de seus chefes em Teerã e Damasco. Ao contrário, ele estabeleceu condições humilhantes que Abbas deve aceitar primeiro. Abbas já aceitou a demanda do Hamas para permitir que a organização terrorista Jihad Islâmica também se una ao governo. Da mesma forma, espera-se que ele aceite as exigências do Hamas de que a Fatah se junte ao governo como um membro minoritário e que abandone suas negociações com Israel.
Por toda a Faixa de Gaza e nas áreas palestinas de Judéia e Samária, os palestinos estão aumentando a marcha para sua próxima rodada de jihad (guerra santa islâmica) contra Israel. Da mesma forma que há seis anos atrás, eles estão começando com execuções públicas de palestinos acusados de ajudar Israel a combater o terrorismo. Ainda nesta semana, uma multidão de centenas de pessoas vaiou e sapateou em êxtase, quando assassinos não mascarados mataram um tal "colaborador" palestino em Jenin. Assim, enquanto todos os olhos estão colados no Líbano, os palestinos podem bem começar a próxima guerra. E nós sabemos exatamente como será aquela guerra. Eles usarão mísseis, morteiros e foguetes que eles contrabandearão pelo Egito para matar os israelenses em suas casas no Sul. Eles se infiltrarão em cidades israelenses cavando túneis por baixo da cerca da segurança em torno de Gaza, e a partir do Egito e de vilas e cidades em Judéia e Samária e vão nos assassinar em números cada vez maiores. Eles receberão dinheiro, armas e instruções de combate do Hezbollah e de técnicos iranianos em Gaza e no estrangeiro e nos atacarão, declarando sua dedicação perpétua a jihad e seu ódio devido à "agressão" de Israel.
Então há a Síria. O discurso do Presidente sírio Bashar Assad, na terça feira, foi um divisor de águas. Após 14 anos fazendo rodeios, a Síria finalmente confessou a verdade. A paz, disse Assad, está morta. Nós odiamos Israel e nós queremos destruí-la. Se não nós, então nossos filhos a destruirão. Todos os árabes que querem a paz com Israel são traidores. Vida longa ao Hezbollah e nós vamos à guerra para conquistar as Colinas de Golan, como um primeiro passo para destruir Israel.
Portanto, a Síria está planejando nos atacar. Talvez faça isso enquanto o Hezbollah está levando a cabo o que Nasrallah chamou de " jihad de construção e reconstrução" onde, com financiamento iraniano, o Hezbollah reconstruirá o Líbano para os libaneses e assim cravar mais um prego no caixão do estado da nação libanesa e avançar 10 passos à frente na colonização iraniana do Líbano. Sim, enquanto o Hezbollah segue adiante com a reconstrução libanesa, e com a ajuda síria e iraniana, ele reequipa e atualiza seu arsenal de guerra e reconstrói sua estrutura de combate, a Síria provavelmente abrirá uma nova frente nas Colinas de Golan.
Como os palestinos, os sírios estarão seguindo o modelo do Hezbollah. Assad sabe que suas tropas convencionais antiquadas são incapazes de conquistar e manter as Colinas de Golan. Mas, se Israel lutar contra a Síria do mesmo modo que lutou contra o Hezbollah, então isso não importa. A Síria, com seu arsenal de mísseis Scud, cujo alcance cobre todo o país e armado com seus arsenais químicos e biológicos, que podem agir, na melhor hipótese como uma força de intimidação, poderá matar milhares, se não dezenas de milhares, de civis israelenses e soldados na próxima batalha e causar danos econômicos e à propriedade da ordem de dezenas de bilhões de dólares.
A Síria acredita que poderá causar dano suficiente para fazer Israel suplicar por um cessar-fogo como nós fizemos há pouco com o Hezbollah. Desse modo, igual ao Hezbollah, a Síria espera ganhar no Conselho de Segurança da ONU o que nunca poderia esperar conseguir no campo de batalha. Especificamente, dado o precedente da Resolução 1.701, a Síria acredita sem dúvida alguma que, em troca de sua agressão, receberá o reconhecimento internacional de suas demandas territoriais contra Israel; uma força internacional nas Colinas de Golan, que tornarão difícil para Israel responder a futuros ataques; uma significativa elevação de seu perfil internacional; e bilhões de dólares em ajuda internacional para reconstrução, devido a quaisquer danos causados por operações das FDI às infra-estruturas sírias.
Atrás dos palestinos e dos sírios fica o Irã, a luz que guia por trás da atual jihad. O Irã, com seu programa de armas nucleares germinando, é sozinho o maior perigo à segurança internacional. É sozinho o maior perigo à sobrevivência de Israel. Até a presente data, o Irã tem se contentado em lutar com Israel por meio de seus procuradores, com grande vantagem. Mas o Irã tornou absolutamente claro que pretende unir-se à rixa diretamente - quando estiver bem e pronto. E claro que estará bem e pronto quando tiver armas nucleares.
Se for permitido que o Irã tenha armas nucleares, não há nenhuma razão para duvidar que as usará. Se o Irã atacar Israel com armas nucleares, então, é claro que nós estamos olhando para um futuro cenário de guerra que não envolve milhares de mortos, mas milhões.
Como todos os líderes de Israel têm sido rápidos em apontar durante anos, a ameaça de um Irã com armas nucleares não é perigosa somente para Israel, mas para o mundo inteiro.O Irã tem seus vizinhos do Golfo Persa em sua mira. Já ameaçou diretamente os EUA e a Europa. Embora isto seja verdade, o fato do Irã ser uma ameaça para o mundo inteiro não dá a Israel o poder de evitar sua responsabilidade de lutar diretamente contra o Irã. Fazer isto seria equivalente a assinar a sentença de morte do povo judeu. Em um futuro não tão distante, nós nos encontraremos em guerra com o Irã. Hoje, a escolha de nós lutarmos esta guerra em nosso próprio tempo, e antes que o Irã adquira armas nucleares está em nossas mãos. Se nós hesitarmos, se nós e o resto do mundo livre perdermos tempo precioso com discussões diplomáticas inúteis com os aiatolás, a guerra virá até nós, mas nas condições do inimigo. E nós só teremos a nós mesmos para culpar.
Todas estas guerras futuras nos confrontam com um claro desafio como país. Nós temos que nos preparar para a guerra. Isto significa que, tecnologicamente, nós temos que nos ocupar de um programa concentrado e imediato para encontrar meios de proteger nossas cidades de ataques de mísseis. Nós nos saímos relativamente bem desta vez. O Hezbollah escolheu não atacar nossos centros industriais, mas demonstrou que tem a capacidade de fazê-lo, por seus ataques de mísseis próximos ao porto de Haifa e seus ataques próximos à usina de Hadera.
Militarmente nós não devemos afrouxar o cerco sobre nossos inimigos. As FDI têm que mirar cada terrorista palestino. Tem que reafirmar o controle sobre a fronteira internacional entre Gaza e Egito. Israel tem que aceitar a realidade de que a ANP é uma organização terrorista, não um regime legítimo, e parar de ver Abbas e seus companheiros da Fatah como parceiros potenciais para a paz. Obviamente, Israel tem que desistir da idéia de passar Judéia e Samária para controle palestino e tem que tomar todas as medidas necessárias para estabilizar a situação local de forma que neutralize a ameaça da jihad palestina.
Além disso, a guerra no Líbano expôs os resultados de anos de negligência das tropas de reserva das FDI. Estas tropas devem ser equipadas apropriadamente, devem ser treinadas adequadamente para a guerra, e devem ser conduzidas corretamente. A conversa de liberar os homens da obrigação de serem reservistas aos 35 anos deve ser abandonada. As FDI têm que aceitar que são uma força combatente na guerra. Os comandantes têm que deixar de agir como yuppies (N.T. apelido de jovens da cidade, ricos e bem sucedidos) de uniforme e entender que eles têm uma guerra para treinar, lutar e ganhar.
Finalmente, Israel precisa de uma liderança política que seja capaz de contar ao público israelense a verdade que foi ignorada pela última década e meia. Nós não somos uma nação "normal" e nós não vamos ter paz nos próximos anos. Nós somos uma nação anormal em nossa vizinhança e no mundo e vamos permanecer sempre assim, como é nosso direito. Nosso povo deve estar pronto para se sacrificar pela sobrevivência do estado e pela defesa de nossa liberdade de ser anormal. Nós precisamos de uma liderança que fale para o povo israelense que uma luta nos espera, mas que nossa democracia, nossa liberdade, e nossos valores nos dão o poder do pensamento criativo que nos permitirá derrotar as forças sombrias da jihad que nos cercam. Em resposta ao discurso de Assad na terça-feira, a Ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, disse que Assad tem que decidir se ele está do lado da paz ou do lado da guerra. O Ministro da Defesa, Amir Peretz, conseguiu fazer uma afirmação ainda pior, quando ele disse que agora que a guerra acabou, está na hora de Israel se desinibir no negócio da paz e fixar as condições para uma renovação das negociações de paz com a Síria.
Respondendo assim à inequívoca provocação de guerra de Assad, nossos líderes nos demonstraram novamente que eles não aprenderam nada e que foram incapazes de aprender qualquer coisa do desastre para o qual eles nos conduziram com o Hezbollah no Líbano. Não há míssil capaz de penetrar suas paredes de auto-engano e ilusão. Eles são cegos e surdos a todas as evidências de que sua forma de conciliação falhou.
Devido à teimosa insistência do governo Olmert que Israel ganhou a guerra que acaba de perder, e às declarações absurdas do Estado Maior de que a missão teve êxito, está claro que nossas lideranças políticas e militares devem ser substituídas o mais rápido possível. Nossos inimigos não nos dão nenhum tempo para hesitação. Eles planejam suas próximas guerras em pleno dia, enquanto nossos líderes vociferam na escuridão do seu estupor ideológico.

Publicado no Jerusalém Post
Tradução: Irene Walda Heynema

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