Neste contexto, tanto o primeiro-ministro, Ehud Olmert, como o ministro de Defesa, Amir Peretz, começaram a se preparar para uma eventual comissão de investigação pública, solicitando a assistência de especialistas e advogados.
As perguntas que deverão responder podem colocá-los numa situação difícil.
Os reservistas revelaram que seus superiores haviam informado que tomariam o controle de uma zona de segurança de dois quilômetros, depois, de oito quilômetros, e, por fim, que iria até o Rio Litani.
"Em momento algum estivemos em condições de saber quando deveríamos deter nosso avanço. E de repente a guerra acabou", denunciou um pára-quedista da reserva.
Um oficial do serviço de inteligência disse aos jornalistas que os mapas aéreos postos a sua disposição pelo comando datavam de 2002 e estavam cheios de erros, em particular sobre os depósitos secretos de armas ou os bastiões do Hezbollah.
"Não sabíamos para onde ir quando entrávamos num povoado", disse um reservista à AFP, comandante de um tanque que foi atingido por um foguete no povoado de Bint Jbeil, bastião do Hezbollah no sul do Líbano.
Segundo um porta-voz do exército, cerca de 130.000 obuses de artilharia foram disparados contra o sul do Líbano. "Como é possível seguir a pé depois de tal chuva de obuses?", perguntou o mesmo reservista.
Os condutores de tanques afirmaram que não tiveram o tempo requerido para treinar antes dos combates, o que explicaria as baixas sofridas em suas unidades.
Segundo fontes militares, o plano inicial estabelecia duas semanas de bombardeios e ataques aéreos, seguidos imediatamente de duas semanas de ofensiva terrestre em massa.
"Está claro que o governo recuou devido ao balanço cada vez mais elevado de soldados mortos no Líbano e vacilou muito antes de lançar, pouco antes do fim das hostilidades, a ofensiva terrestre em massa", que deixou 34 soldados mortos em 48 horas de combates, estimou o jornal Yediot Aharonot.
O comando se viu então obrigado a improvisar um novo plano para controlar o sul do Líbano, cuja aplicação vacilante culminou num balanço "pouco brilhante" da guerra, segundo fonte militar.
Outra falha: a mobilização dos reservistas demorou muito.
No plano logístico, as críticas dos reservistas também são duras. Alguns afirmam que os cinturões de combate datavam da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.
"Não se pode conceber que se envie os soldados ao combate sem água", se queixou um deles, que teve de beber água dos cantis perdidos pelos combatentes do Hezbollah.
As mesmas críticas foram feitas em relação ao abastecimento de alimentos para as unidades que combatiam no interior do Líbano.
Os reservistas informaram do "saque" pelos militares de armazéns libaneses. "Tínhamos tanta fome que nos lançávamos sobre as estantes dos armazéns", relatou um deles ao semanário KolHair.
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Magal
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