Médicos continuam a retirar Sharon do coma nesta terça-feira

Médicos continuam a retirar Sharon do coma nesta terça-feira

Não houve alterações nas condições clínicas do premiê israelense Ariel Sharon, 77, na madrugada desta terça-feira, de acordo com o último boletim médico divulgado por volta de 7h (3h de Brasília). Ele permanece em estado crítico, mas estável, e os médicos continuarão o tratamento para tirá-lo do coma induzido."A condição do primeiro-ministro permanece inalterada. Hoje, os médicos vão dar continuidade ao tratamento iniciado ontem [segunda-feira]", diz o comunicado oficial.Nesta segunda-feira, Sharon começou a ser despertado do coma induzido. Ele moveu ligeiramente o braço e o pé direitos como reação a estímulos à dor, mas permanece sedado e em estado grave, segundo o diretor do Hospital Hadassah em Jerusalém, Shlomo Mor Yosef."Durante os estímulos a dor, o primeiro-ministro movia ligeiramente a mão e o pé direitos", afirmou Yosef à imprensa nesta segunda-feira, acrescentando que os movimentos eram "mais significativos" à medida que o efeito da anestesia diminuía.De acordo com o neurocirurgião argentino Fîlix Umansky, que dirige a equipe que atende Sharon, os movimentos foram "uma clara reação à dor e não um ato reflexo", o que aumenta a possibilidade de que o premiê volte à consciência.No entanto, segundo os médicos, é impossível determinar por enquanto os danos cerebrais sofridos pelo primeiro-ministro."É muito cedo para falar das faculdades cognitivas", afirmou Felix Umansky, que realizou três cirurgias em Sharon desde a última quarta-feira (4), quando ele foi hospitalizado após sofrer um grave derrame.SinaisDe acordo com o diretor do hospital, o primeiro-ministro ainda não abriu os olhos e o processo de retorno à consciência dura "vários dias.""À medida que cresciam os estímulos à dor, a pressão arterial subia, o que também é um sinal positivo", disse Yosef. "No entanto, seu estado continua grave. Estes sinais não mudam nada", afirmou.Sharon começou a respirar espontaneamente depois que médicos diminuíram o nível de sedativos, mas ele ainda está conectado ao respirador artificial e permanece em condição crítica."Nós vimos sinais de funcionamento do cérebro, como a respiração espontânea e os movimentos dos braços e pernas", afirmou o diretor.Coma induzidoA decisão de tentar tirar Sharon do coma induzido foi tomada depois que médicos realizaram uma tomografia neste domingo. O exame revelou que a pressão intracraniana e a pressão sangüínea do primeiro-ministro estão normais.Neurocirurgiões afirmaram nesta segunda-feira que a extensão das respostas de Sharon podem variar muito, de pequenos movimentos dos dedos, até a abertura dos olhos. Especialistas também disseram que o primeiro-ministro pode não acordar do coma."Nem sempre o paciente acorda quando queremos", afirmou ao jornal israelense "Haaretz" Menashe Zaaroor, chefe do departamento de neurocirurgia do hospital de Rambam, em Haifa. "'Às vezes, o paciente acorda assim que os sedativos são interrompidos; outras vezes isso pode levar um mês"'.CirurgiasNa sexta-feira (6), médicos decidiram levar o primeiro-ministro novamente à sala de cirurgia depois que uma tomografia computadorizada indicou o aumento da pressão intracraniana e sangramento. O procedimento durou cinco horas e ontem Sharon passou a apresentar melhora. Esse foi o terceiro procedimento cirúrgico realizado em Sharon em menos de dois dias.Na quarta-feira (4), o primeiro-ministro foi submetido a um procedimento cirúrgico para tentar estancar o sangramento. Logo depois, uma tomografia revelou que o problema persistia, e ele voltou para a mesa de operações. A segunda cirurgia levou sete horas.Depois do segundo procedimento cirúrgico, médicos decidiram colocar Sharon em estado de coma induzido para que ele pudesse se recuperar do severo trauma causado pelo derrame. Além disso, o coma pode auxiliar na manutenção da pressão intracraniana.Mas a cautela para manutenção da pressão intracraniana não foi suficiente. Na sexta, um novo sangramento e o aumento dos níveis de pressão fizeram com que ele voltasse à mesa de cirurgia.Com agências internacionais