A Galileia, que também inclui as Colinas de Golã, a cordilheira do Carmelo, a Samaria, a planície costeira, o Negev, os vales e a Judeia, são as sete principais regiões produtoras de vinho em Israel.
Ilustração - Vinho israelense Mendy Hechtman/Flash90
Israel, pela primeira vez, conta com um mapa oficial de suas regiões vinícolas — uma ferramenta estratégica que coloca o país ao lado de grandes nações produtoras de vinho como França, Itália e Espanha.
O Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, em parceria com o Ministério da Saúde, apresentou esta nova classificação, que define sete grandes áreas de produção: Galileia (que inclui também as Colinas de Golã), a Serra do Carmelo, Samaria, a planície costeira, o Negev, os vales e a Judeia.
Essa divisão, baseada nas características geográficas, climáticas e de solo de cada zona, visa fortalecer a identidade do vinho israelense, melhorar sua visibilidade internacional e desenvolver o enoturismo local.
Os produtores agora poderão indicar a origem geográfica de seus vinhos, desde que pelo menos 85% das uvas provenham de uma dessas zonas, seguindo um modelo inspirado nos sistemas europeus de denominação de origem controlada
De acordo com Nataly Brodner Mor, vice-diretora do Ministério da Agricultura e presidente do Conselho da Vinha e do Vinho, essa estruturação permitirá aos viticultores "apresentar ao mundo um cartão de visitas preciso e diferenciado", promovendo um setor onde se encontram a história milenar e a inovação agrícola.
Tzachi Dotan, diretor do conselho, enfatiza que esta reforma, a primeira desde a década de 1980, alinha Israel aos padrões internacionais e reflete "a importância cultural e agrícola" do vinho no país.
O setor está experimentando um crescimento sustentado: cerca de 45 milhões de garrafas de vinho são produzidas anualmente, às quais se somam 11 milhões de garrafas de suco de uva.
As variedades de uvas tintas representam 70% dos vinhedos, com destaque para Cabernet Sauvignon, Carignan e Merlot. Os vinhos israelenses vêm se destacando cada vez mais em competições internacionais, e as exportações atingiram 65 milhões de dólares em 2024, principalmente para os Estados Unidos, mas também para a França, o Reino Unido, o Canadá e a Alemanha.

O conceito de terroir, a pedra angular do mundo do vinho, está no coração deste novo menu. Do clima fresco das Colinas de Golã às noites frias das encostas da Judeia, passando pelos solos calcários do Carmelo e pelas terras desérticas do Negev, cada região deixa a sua marca nos vinhos ali produzidos.
Com essa classificação, Israel espera estruturar de forma sustentável sua indústria vinícola, fortalecer sua imagem no exterior e incentivar o desenvolvimento agrícola e turístico com raízes em seu território.