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Preso por 23 anos, fluente em hebraico, crescido em Gaza: quem foi Yahya Sinwar, chefe do Hamas morto por Israel

 

Responsável por planejar o maior atentado terrorista em solo israelense, Sinwar governava o território palestino há seis anos. Ele foi morto na quarta-feira (16) durante um confronto armado.

Preso por 23 anos, fluente em hebraico, crescido em Gaza: quem foi Yahya Sinwar, chefe do Hamas morto por Israel


Em imagem de 2011, Ismail Sinwar é carregado no ombro por simpatizantes em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. — Foto: Mohammed Salem/ Reuters

"era de Yahya Sinwar", como simpatizantes do Hamas estavam chamando a nova gestão do grupo terrorista, durou pouco mais de dois meses. Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do Hamas, após a morte de seu antecessor, Ismail Haniyeh, assassinado por Israel quando estava no Irã.


Nesta quinta-feira (17), Israel anunciou ter matado Sinwar em um bombardeio em Rafah, no sul de Gaza. A morte dele é o episódio mais recente da ofensiva israelense contra lideranças do Hamas e do Hezbollah. 

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O então chefe de Hamas era conhecido pelo uso da violência. Ele tinha o apelido de "Açougueiro de Khan Younis", por ter matado 12 pessoas com um facão na Faixa de Gaza. Ele suspeitava que as vítimas estivessem colaborando com Israel.

Antes de virar o número 1 do Hamas, Sinwar era o chefe do Hamas na Faixa de Gaza, o que o aproximava de simpatizantes — Haniyeh, seu antecessor, exercia um papel mais político e nunca era visto em Gaza. Ele vivia em Doha, no Catar.

"Sinwar vive com o povo palestino em Gaza. Ele é mais firme do que um líder que vive fora de Gaza", disse à Rádio França Internacional um simpatizante do Hamas que vive em Hebrón, na Cisjordânia, quando o terrorista foi nomeado o comandante do grupo.

Mas foi outra característica de Sinwar que fez com que Israel passasse mais de um ano em sua caça: foi ele quem comandou os ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023, o maior atentado em solo israelense, quando os terroristas mataram mais de 1.200 e sequestraram centenas de outras.


“Yahya Sinwar, o líder do Hamas que reacendeu a guerra entre a Palestina e Israel, é um homem morto”, afirmou, na ocasião, Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense.


Eleito por meio de votações secretas, Yahya Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados israelenses e de quatro palestinos considerados espiões de Israel.


Um ex-membro da inteligência de Israel garante que, mesmo da cadeia, ele continuou muito influente e estreitou laços com o Irã. O terrorista também planejava ataques contra israelenses diretamente da prisão. Foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado cinco anos antes pelo Hamas. Para algumas autoridades, isso foi um erro. 


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 "Eu sabia que, se ele estivesse fora, ele causaria muitos problemas para os israelenses", Michael Koubi, ex-oficial da inteligência de Israel. Aos 61 anos, Sinwar falava e escrevia hebraico fluentemente — ele já disse que, enquanto esteve preso, dedicou-se a estudar o inimigo. 


 Em 2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas duas palavras: “risco calculado”. O premiê israelense concordou, então, em permitir a entrada de ajuda financeira regular do Catar a Gaza, em troca de uma trégua frágil com o Hamas. 


Em dezembro de 2022, quando Netanyahu preparava-se para assumir um novo mandato no comando de uma coalizão com a extrema direita, Sinwar previu um confronto aberto em Israel em 2023. Quando Israel começou a bombardear Gaza, após a invasão do Hamas a seu território no ano passado, os primeiros mísseis foram direcionados à casa e ao gabinete de Sinwar, sem atingi-lo.

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