“Embora não fosse um judeu ortodoxo, Silvio Santos primava por um comportamento essencialmente judaico”, diz presidente da CONIB
Em entrevista à CNN, o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, falou sobre as tradições do judaísmo com relação ao enterro. “Em primeiro lugar, deixo aqui os meus sentimentos à família do Silvio Santos, que, aliás, é uma família muito grande, porque todos nós brasileiros, de certa forma, nos sentimos parte desta família. Silvio era um exemplo em termos de empreendedorismo, mas ao mesmo tempo ele preservava traços muito fortes de humildade. Posso dizer que, embora ele não fosse um judeu ortodoxo, ele primava por um comportamento essencialmente judaico. Quando ele manifesta a forma como ele quer ser enterrado ele preserva aspectos fundamentais da nossa cultura: a humildade e a dignidade. O judeu, seja ele rico ou pobre, é enterrado com uma mortalha branca e rapidamente esse enterro tem que acontecer, porque temos que devolver a Deus o corpo que Ele nos emprestou durante a fase da vida terrena. Por outro lado, nós temos também algumas características: raramente permitimos que alguém veja o corpo, exceto alguns familiares mais próximos poucos minutos antes do sepultamento, em uma cerimônia de despedida. E cada vez menos vemos isso na prática. Em Israel, os judeus, quando são enterrados com essa mortalha são colocados diretamente dentro da sepultura. No Brasil, ainda fazemos com o caixão por uma questão de exigência sanitária. Mas todos são enterrados de forma idêntica e sem qualquer tipo de privilégio.
Durante a primeira semana (do falecimento) os judeus costumam rezar todos os dias. É um período que chamamos de shivá. É o período do luto. No trigésimo dia, após o falecimento, visita-se a sepultura no cemitério e esse dia é chamado de Shloshim e depois de um ano é o momento da Matzeivá, que é a inauguração do túmulo definitivo, onde fica eternizada a presença de quem nos deixou”.
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