Matéria de Fábio Zanini, na Folha de S.Paulo, aborda as preocupações da comunidade judaica na África do Sul, com o aumento do antissemitismo e os temores de que a situação piore ainda mais. De acordo com a matéria, entidades judaicas relatam um aumento de 700% no número de ocorrências antissemitas desde que o país entrou com ação na Corte Internacional de Haia, acusando Israel de cometer genocídio em Gaza.
A estimativa é que haja de dois a três desses episódios por dia. A grande maioria é de ofensas online, embora tenha havido alguns casos de agressões físicas.
Citado na matéria, David Saks, diretor-associado do Congresso Judaico Sul-Africano de Deputados, afirma que “quanto mais longa for a guerra, mais perigoso fica para nós”. "Sempre tivemos uma boa relação com as autoridades. Nós nos sentíamos parceiros na construção de uma África do Sul melhor, mais democrática. Mas a atitude mudou tão radicalmente que eles não querem conversar conosco", diz Saks.
Representantes da comunidade tiveram papel relevante na transição para o fim do apartheid, em 1994. Na sede da entidade judaica em Joanesburgo, fotos mostram encontros de seus líderes com ex-presidentes do país, como Nelson Mandela e Jacob Zuma.
A África do Sul retirou seus diplomatas da embaixada em Tel Aviv, enquanto líderes políticos, incluindo o presidente Cyril Ramaphosa, deram declarações em defesa de uma Palestina "do rio ao mar", o que significa pedir o fim da existência de Israel.
A comunidade judaica do país hoje é formada por cerca de 50 mil pessoas, menos da metade que havia no país nos de 1970.