Nasrallah, do Hezbollah, elogia o ataque 'heróico' do Hamas em 7 de outubro e diz que foi '100% palestino'
O líder do Hezbollah elogiou a forma como o ataque do Hamas levou a um ‘terremoto’, em Israel, e alertou que ‘aqueles que querem evitar uma guerra regional devem parar rapidamente a agressão em Gaza’
Discurso do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, sendo transmitido ao vivo via vídeo em Beirute, na sexta-feira. Crédito: Mohamed Azakir/Reuters
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, disse num discurso há muito aguardado em Beirute, na sexta-feira, que a decisão de atacar Israel em 7 de outubro foi "100 por cento palestina" e que aqueles que iniciaram "mantiveram-na escondida de todos".
Nasrallah abriu o seu discurso dizendo que a guerra Israel-Hamas, à qual se referiu como “inundação de Al-Aqsa” – o termo oficial do Hamas para o ataque de 7 de Outubro – estendeu-se a mais de uma frente. "Já nos juntamos à batalha desde 8 de outubro", disse ele nas suas primeiras declarações oficiais desde o início da guerra.
O líder do grupo militante elogiou o ataque “heróico” do Hamas, no qual terroristas atacaram aldeias agrícolas e postos militares no sul de Israel, levando à morte de mais de 1.400 pessoas em Israel.
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“Esta grande operação em grande escala foi puramente o resultado do planeamento e implementação palestinianos”, disse Nasrallah, enfatizando que a sua milícia não participou no ataque. “O grande sigilo tornou esta operação um grande sucesso.”
Nasrallah disse que o ataque levou a um “terremoto” em Israel. Ele acrescentou que um dos maiores erros que Israel comete actualmente é estabelecer objectivos que “não pode alcançar” – uma aparente referência aos líderes israelitas que dizem que esperam destruir a capacidade do Hamas de governar em Gaza.
Manifestação em Beirute em apoio ao Hezbollah, na sexta-feira. Crédito: Mohamed Azakir/Reuters
Uma nova escalada ao longo da fronteira libanesa entre o seu grupo e Israel, disse Nasrallah, depende da escalada na Faixa de Gaza. “Estamos prontos para todas as possibilidades”, enfatizou, alertando que “aqueles que querem evitar uma guerra regional devem parar rapidamente a agressão em Gaza”.
Segundo Nasrallah, a entrada do Hezbollah no conflito forçou Israel a manter grandes forças em alerta em terra, no ar e no mar na fronteira norte, em vez de as deslocar para a Cisjordânia ou Gaza, e também levou à evacuação de dezenas de milhares de israelenses de suas casas em comunidades próximas à fronteira.
Em relação aos israelenses sequestrados pelo Hamas e mantidos em Gaza, Nasrallah disse que Israel só os recuperaria “através de negociação”.
Ele então disse que Israel está cometendo “atos de genocídio” e que “a América é completamente responsável pela atual guerra em Gaza e Israel é apenas sua ferramenta”.
