A PF acredita que, por meio do setor de inteligência do Hezbollah, no Líbano, foi estabelecido um braço da organização para captação e aliciamento de brasileiros para práticas de atentado dentro e fora do Brasil.
A análise do material apreendido e depoimentos de suspeitos presos e investigados demonstra, para a Polícia Federal (PF), que o Hezbollah --grupo libanês extremista apoiado pelo Irã, considerado terrorista por vários países, como Estados Unidos, França e Alemanha — está “terceirizando” ações terroristas, com alvos no Brasil. O grupo extremista, segundo a PF, montou uma espécie de esquema empresarial com células de financiadores, recrutadores e executores de atentados.
Na sexta-feira (10), a PF cumpriu mandado contra um sexto alvo suspeito de envolvimento com o grupo Hezbollah no Brasil. O mandado é de busca e apreensão e o homem foi ouvido, à noite, em Goiás, no âmbito da Operação Trapiche, que investiga a existência de um plano terrorista para atacar alvos judaicos no Brasil.
No domingo (12), um homem suspeito de ter sido recrutado pelo Hezbollah foi preso no Rio de Janeiro. A Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias.
A PF acredita que, por meio do setor de inteligência do Hezbollah, no Líbano, foi estabelecido um braço da organização para captação e aliciamento de brasileiros para práticas de atentado dentro e fora do Brasil.
Os investigadores já identificaram uma lista detalhada de alvos da comunidade judaica em território brasileiro com base nas apurações feitas até agora internamente e por meio de novas informações via cooperação policial internacional.
Pelas apurações feitas, os financiadores ficam em Beirute, capital libanesa. Por meio de conexões com libaneses naturalizados brasileiros, eles acionam contatos e conhecidos no Brasil para recrutar “soldados”. Ou seja, encontrar interessados, contratar pessoas dispostas a viabilizar atentados com pagamento por missão cumprida.
Assim, os investigadores entendem que, para cada objetivo planejado, é montado um grupo de recrutados. Com isso, busca-se ao máximo segmentar as ações para que os executores tenham o menor grau de informação possível sobre quem está por trás das missões. Uma célula não se comunica com outra.
O sírio naturalizado brasileiro Mohamad Khir Abdulmajid integraria o núcleo de recrutadores do Hezbollah. Ele é procurado pela Interpol e principal alvo da investigação da ameaça terrorista pela PF.
Os indícios demonstram, segundo investigadores, que Mohamad e seus associados do Hezbollah no Líbano montaram um esquema profissional de recrutamento de agentes autônomos para a prática atos terroristas. Os candidatos a mercenários enfrentam testes de lealdade e têm a vida revirada do avesso, aponta a investigação.
Há ainda nas investigações um libanês naturalizado brasileiro que, assim como o sírio Mohamad, também está em Beirute. Ele também possui um mandado de prisão expedido pela justiça federal brasileira no âmbito da mesma operação antiterrorismo deflagrada na semana passada.
Este libanês também teria papel de grande destaque no braço da organização terrorista voltado para o aliciamento de cidadãos brasileiros. A PF tenta blindar o nome dele, que também é procurado pela Interpol, para não prejudicar o avanço das investigações.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.Não publicamos comentários anônimos. Coloque teu URL que divulgamos