Hannah Arendt e a “Banalidade do Mal”: aprenda o conceito!

Hannah Arendt e a “Banalidade do Mal”: aprenda o conceito!

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Imagem ilustrativa: hannah arendt e a banalidade do mal. Adolf Hitler em discurso à juventude nazista. Imagem: História Digital
Adolf Hitler em discurso à juventude nazista. Imagem: História Digital

Você conhece Hannah Arendt e o conceito de “Banalidade do Mal”?

A Segunda Guerra Mundial foi um grande conflito ocorrido entre 1939 a 1945. Alcançou proporções globais, incluindo grandes potências daquele período. A Alemanha de Hitler buscava o extermínio de grupos étnicos que não faziam parte da raça ariana.

Hitler e o partido nazista foram responsáveis ​​pela morte e pelo massacre de diversos judeus. O genocídio foi uma medida brutal seguida pelo governo alemão, foram cerca de cinco milhões de mortos nesse período. 

Hannah Arendt, foi chamada para assistir e escrever sobre o julgamento de Adolf Eichmann, um dos responsáveis pelas atrocidades cometidas pelos nazistas. Foi nesse grande momento que ela escreveu sobre a Banalidade do mal, o mal banal do indivíduo.

Neste conteúdo, a Politize! explica o que é a Banalidade do Mal, conceito desenvolvido pela filósofa e teórica judaico-alemã Hannah Arendt.

QUEM FOI HANNAH ARENDT?

Nascida na Alemanha, em 14 de outubro de 1906, Hannah Arendt foi uma filósofa e teórica política de origem judaica. Foi uma grande pensadora do século XX.

Forçada a fugir da Alemanha por conta da ascensão do nazismo, mudou-se para os Estados Unidos, onde conseguiu a cidadania estadunidense, permitindo a sua atividade como professora convidada em universidades e seu trabalho no livro “Origens do Totalitarismo“.

Hannah Arendt buscava a compreensão da origem do nazismo, a partir das inquietações sobre os regimes totalitários. Suas principais obras foram: Eichamnn em JerusalémAs Origens do Totalitarismo e A Condição Humana e Entre o Passado e o Futuro.

Ela continuou publicando textos na década de 60 e faleceu em 04 dezembro de 1975, aos 69 anos de idade, devido a um ataque cardíaco.


CONTEXTO HISTÓRICO DE HANNAH ARENDT

Hannah Arendt no 1º Congresso de Críticos da Cultura, 1958. 
Imagem: Wikimedia Commons / Barbara Niggl Radloff
Hannah Arendt no 1º Congresso de Críticos da Cultura, 1958.
Imagem: Wikimedia Commons / Barbara Niggl Radloff

Ao longo da Segunda Guerra Mundial, com a ascensão do nazismo, tivemos inúmeros casos de migração e deportação de judeus. A função do exílio e deslocamento era conduzida por oficiais do partido nazista.

Um deles era Karl Adolf Eichmann, responsável por ocupar funções na Seção de Assuntos Judaicos do Departamento de Segurança de Berlim.

Com o fim da guerra e a derrota da Alemanha, alguns funcionários do regime nazista foram perseguidos e acusados ​​dos crimes que cometeram no período da guerra. Muitos deles fugiram com medo do julgamento.

Eichmann, um dos principais colaboradores de Hitler, acusado pela morte de inúmeros judeus, fugiu para a Argentina. Ele foi encontrado e levado para Jerusalém, onde foi julgado e condenado à morte. Hannah, foi convidada para assistir o julgamento e escrever suas impressões sobre esse indivíduo.

Ela aceitou o convite e foi assistir ao julgamento, e todo o conteúdo escrito durante o julgamento deu origem ao livro “Eichmann em Jerusalém“.

O QUE A IDEIA DE BANALIDADE DO MAL DA HANNAH ARENDT SIGNIFICA?

Hannah Arendt chegou à conclusão sobre o mal de Eichmann. O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trabalho. Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado.

Durante todo o julgamento, Eichmann nunca se considerou culpado pelos crimes cometidos, sua justificativa era sempre que apenas cumpria ordens, seguindo as leis vigentes naquele período. Ele sempre dizia que seguia o certo, seguia o governo e as leis do estado, por isso acreditava em sua inocência.

Hannah Arendt acreditava que o problema de usar esse argumento como justificativa seria a ascensão a regimes totalitários e a banalização da razão e coerência do ser humano.

Eichmann era obcecado por poder e ascensão social, faria qualquer coisa para ser reconhecido e ter sucesso, mas esse desejo de sucesso é o que levaria a praticar o mal. Era por essa razão que ele deveria ser punido.

A racionalidade que Eichmann acreditava e usava não era uma racionalidade favorável para a coletividade. Essa racionalidade não era avaliativa e nem refletida no bem-estar comum.

COMO É POSSÍVEL COMBATER A BANALIDADE DO MAL?

Hannah Arendt queria mostrar os dois lados da razão: aquela que possui lógica e reflexão e aquela em que sustenta o bem no próprio indivíduo, a razão que não é favorável para a coletividade, usada por Eichmann.

Por essa razão que ela acreditava na liberdade do indivíduo para tomar outra decisão. Uma decisão fundamentada, advinda de reflexão, uma racionalidade que visa o interesse comum e o bem da coletividade.

Essa racionalidade, mostraria para todos os requisitos, como deveria ser a compreensão e o conhecimento do ser humano. Como as pessoas deveriam pensar no estudo, na honestidade e na liberdade. Essa forma de pensamento seria uma maneira de combater os regimes totalitários e o mal banal.

Original: https://www.politize.com.br/hannah-arendt-banalidade-do-mal/

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