A guerra em Gaza, provocada por um atentado terrorista do Hamas, se tornou uma tragédia sem precedentes naquela área, o que acirra o antissemitismo latente e a islamofobia no Brasil, em detrimento da convivência étnica e tolerância religiosa que sempre existiu. Árabes e judeus sempre conviveram em harmonia no Brasil, como acontece no Saara, no Rio de Janeiro.
A notícia de que a Polícia Federal (PF) prendeu, ontem, duas pessoas que teriam ligações com o Hezbollah, milícia xiita do Líbano financiada pelo Irã, de fato é preocupante. O grupo prega a destruição de Israel e estaria preparando atentados terroristas no Brasil, a exemplo do que aconteceu na Argentina, que tem a maior comunidade judaica da América do Sul, em 1994, quando 85 pessoas morreram no ataque ao prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia).
A PF informou que a Operação Trapiche tem o “objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país”. Em Israel, o Mossad, serviço secreto israelense, confirmou sua participação na investigação.
Os supostos terroristas teriam selecionado os alvos, incluindo sinagogas e prédios ligados à comunidade judaica no Brasil. Um deles seria a Embaixada de Israel, em Brasília.
Além dos dois presos no Brasil, a Justiça Federal expediu mandados de prisão para outros dois suspeitos que estão no Líbano — são brasileiros descendentes de libaneses. Além das duas prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte, em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.