Membros do QAnon estiveram presentes na invasão ao Capitólio de 2021; entenda o movimento!
O bilionário e dono do
Twitter Elon Musk foi protagonista de uma grande polêmica envolvendo publicação
em sua rede social. Nela, era possível ler apenas a palavra "follow"
("siga", em inglês), acompanhada por um emoji de um coelho.
A polêmica se deve pelo
fato de o símbolo do animal é associado ao grupo de extrema-direita QAnon,
sendo adotado por eles. Conhecido por disseminar incontáveis teorias
conspiratórias, como a de que o ex-presidente norte-americano Donald Trump
travava uma guerra secreta contra uma rede global de exploração sexual
infantil, o grupo também marcou presença na invasão do Capitólio, em janeiro de
2021.
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QAnon
Embora seja conhecido
como um grupo de extrema-direita apoiador de Donald Trump, o QAnon surgiu, na
verdade, como uma teoria ampla e que foi extremamente difundida pelas mídias
conspiracionistas desde sua criação. Segundo os ideais do movimento, o ex-presidente
dos Estados Unidos travava uma guerra secreta contra "pedófilos e
adoradores de Satanás" que compunham grandes nomes do governo, do setor
empresarial e da imprensa, segundo a BBC.
No entanto, embora a
premissa básica do QAnon seja apenas essa, a teoria se difundiu pelos meios de
comunicação conspiracionistas, conservadores e pró-Trump, de forma que passou
por diversos desdobramentos, sendo agora um grupo que faz uma série de
afirmações conspiratórias e, muitas vezes, contraditórias.
Surgimento
Toda a história por trás
do surgimento do QAnon se inicia em outubro de 2017, dentro da maior ferramenta
para disseminação de notícias falsas e teorias conspiratórias já criada: a
internet. Na época, um usuário do 4chan identificado apenas como 'Q' se
apresentou como alguém que possuía um certo nível de aprovação de segurança dos
Estados Unidos, que era conhecido, teoricamente, como 'autorização Q'.
Na rede social, o
internauta fez uma série de postagens — que vieram a ser conhecidas como 'Q
drops' ou 'breadcrumbs' —, muitas vezes utilizando de uma linguagem enigmática,
mas sempre contendo slogans e promessas contados na época por Donald Trump,
além de apresentar alguns dos temas que ele pautava em seus eventos públicos de
propaganda política.
Com uma velocidade assustadora,
as teorias se espalharam pela internet e se tornou um dos assuntos mais
comentados em diversas redes sociais, como Facebook, Twitter, Reddit e YouTube,
segundo informações da BBC News. No entanto, como os conteúdos propagados
muitas vezes eram falsos, as grandes empresas de mídia removeram vários deles
da internet — mas nesse ponto, já era tarde demais.
Os primeiros 'Q drops'
focavam especialmente na investigação do procurador especial Robert Mueller,
que teoricamente fazia uma investigação sobre a interferência russa nas
eleições de 2016 nos EUA, mas o trabalho servia para, na verdade, acobertar uma
complexa investigação sobre redes globais de pedofilia e exploração sexual
infantil. Porém, eventualmente as histórias terminaram sem nenhuma revelação
bombástica que os conspiracionistas esperavam, e por isso a atenção se voltou
para outros aspectos.
Impactos
Hoje, depois de anos com
as teorias conspiracionistas se fortalecendo e com seus adeptos aumentando em
número e se tornando um grupo cada vez mais fechado e radical, o grupo já se
mostra consideravelmente mais perigoso que em seus primórdios.
Os apoiadores do QAnon
impulsionam hashtags e coordenam ataques, as vezes não somente virtuais,
àqueles que consideram 'inimigos' — políticos, celebridades e jornalistas
opositores à Trump que, na verdade, os conspiracionistas acreditavam encobrir
pedófilos.