O pastor Tupirani da Hora Lores foi condenado à pena de 18 anos e 6 meses de reclusão e 814 dias-multa por praticar, induzir ou incitar a discriminação contra pessoas judiais ou israelitas por meio de publicações de vídeos e mensagens nas redes sociais. A sentença foi proferida nesta quinta-feira,pela juíza Valeria Caldi Magalhães, da Justiça Federal.
Tupirani, líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, foi preso durante a Operação Rofésh, da Polícia Federal (PF), em fevereiro deste ano. De acordo ele é conhecido por promover discursos de ódio contra a população judaica e já havia sido alvo da Operação Shalon, deflagrada em março do ano passado.
A notícia-crime que embasou a operação de 2020 tinha vídeos de um culto presencial, na sede da congregação, nos quais Tupirani da Hora Lores pediu que Deus massacrasse os judeus, que os humilhasse, e clamou que “eles sejam envergonhados, como na Segunda Guerra, e não tenham forças para levantar suas servis”.
Em 2009, Tupirani se tornou a primeira pessoa condenada por intolerância religiosa no Brasil. Quatro anos depois, ele e outros fiéis da denominação religiosa foram presos por racismo, homofobia e xenofobia.
Para Ricardo Sidi, advogado criminal da Confederação Israelita do Brasil (Conib), “é uma sentença histórica na luta contra o antissemitismo. É a maior pena aplicada no Brasil por esse tipo de crime, o que haverá de ajudar a inibir essa prática odiosa.”
A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) denunciou o caso, e reiterou que “é preciso denunciar crimes, confiar na investigação policial, no Ministério Público e na Justiça, em todo o rito do devido processo legal”.
“A condenação acontece porque houve a coragem de denunciar atos criminosos e a FIERJ não poderia, de modo algum, ter se calado.
Registramos que a decisão tem, também, um viés educativo, pois não podemos aceitar a banalização da violência nos discursos de ódio.
Confiamos na Justiça, sempre!”, afirmou Alberto David Klein, presidente da FIERJ, por meio de nota.
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