De Khan Yunis a um casamento judaico

De Khan Yunis a um casamento judaico

magal53
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De Khan Yunis a um casamento judaico
Dor Shachar nasceu Ayman Subah em Khan Yunis, Gaza. Ele fugiu para Israel e se converteu. Na semana passada ele se casou com Edith, tambƩm convertida.
Dor and Edith
Foto: Rebeca Ozen
Um casamento particularmente emocionante aconteceu no Ćŗltimo fim de semana na praia de Rishon Lezion. O casal - Dor e Edith Shachar, ambos convertidos, se casaram de acordo com a lei judaica.
A histĆ³ria de Shahar comeƧa hĆ” mais de 40 anos, em Khan Yunis, em Gaza, quando seu nome ainda era Ayman Subah.
" Nasci em Khan Yunis em uma famĆ­lia palestina", disse Shahar a Arutz Sheva . "Lembro-me dos meus cinco irmĆ£os e irmĆ£s, do prĆ©dio de trĆŖs andares que dividimos com toda a famĆ­lia, conosco no segundo andar."
“ Lembro-me aos seis anos de idade brincando nas ruas de Khan Yunis me escondendo de garotos maiores ou sendo espancado. NĆ£o havia nada alĆ©m disso”, diz ele. "Meu sonho era ir para a escola porque eu queria me tornar um mĆ©dico."
"EntĆ£o as aulas comeƧaram e depois de algum tempo, uma mulher muito alta vestindo um terno entrou na sala de aula. A professora anunciou que hoje terĆ­amos uma aula especial. Eu estava muito animada com a perspectiva de finalmente aprender medicina."
"A liĆ§Ć£o especial acabou sendo uma liĆ§Ć£o sobre odiar os judeus. ComeƧou assim: 'Os judeus sĆ£o assassinos; homens, mulheres e crianƧas. Eles tomaram a terra de seus avĆ³s. Ɖ permitido lutar contra eles, e matĆ”-los Ć© seu dever religioso. Quem mata um judeu entra no cĆ©u e recebe 72 virgens. Haifa e JerusalĆ©m pertenciam aos seus antepassados ​​e pertencem a nĆ³s. VocĆŖ deve lutar atĆ© a Ćŗltima gota de sangue para recuperar a terra. Os judeus jĆ” foram muƧulmanos e alguns Os muƧulmanos se tornaram infiĆ©is e se tornaram judeus e cristĆ£os e podem ser mortos, porque quem nĆ£o acredita na religiĆ£o de MaomĆ© Ć© condenado Ć  morte.'"
Shachar diz que sua "alma Ć© a de um judeu preso no corpo de um Ć”rabe". Ele conta que depois da palestra daquele dia, nĆ£o se sentiu bem e pediu ao professor que usasse o banheiro. "O professor imediatamente me deu um tapa, dizendo que 'em uma aula tĆ£o especial, vocĆŖ nĆ£o sai da sala'."
" VocĆŖ sempre pode ver o que estĆ” incomodando uma crianƧa. Ele me pegou e me levou para a sala do diretor e sussurrou algo em seu ouvido. O diretor me disse para andar com o rosto na parede e eu nĆ£o tinha ideia do que ele era vai fazer comigo. EntĆ£o eu senti um golpe nas costas. Era um chicote de borracha usado para cavalos. Um choque incrĆ­vel de dor. EntĆ£o ele me disse para ir para casa e meu pai me acompanhar Ć  escola no dia seguinte. ainda tenho a cicatriz daquela surra. Cheguei em casa chorando."
Com o passar dos anos, Shachar diz que estava "sempre sem sorte", fugindo constantemente da escola que ensinava o Ć³dio. A certa altura, seu pai o levou para trabalhar em seu canteiro de obras. "Aos 12 anos e meio comecei a trabalhar e planejei que um dia meu pai se levantasse e nĆ£o me encontrasse. Trabalhei trĆŖs meses, durante os quais sairĆ­amos de casa no domingo e ficarĆ­amos em Israel atĆ© o fim de semana . Uma manhĆ£, quando ele acordou, eu nĆ£o estava lĆ”", lembra.
"Comecei a trabalhar como seguranƧa", diz ele. "Os Ɣrabes israelenses conseguiam os empregos e os davam para as crianƧas. Eu vigiava um bairro de vilas onde os possƭveis inquilinos vinham ver os apartamentos."
GraƧas ao trabalho que encontrou, Shachar encontrou um homem que mais tarde o adotou e o acompanha atĆ© hoje. "Um deles era religioso, seu nome era Nissim Ozen", diz ele. "Ele se interessou por mim. Ele me trouxe para casa com ele, me deu roupas, sapatos e tudo mais. AtĆ© um aparelho de som com um disco de mĆŗsica."
Depois de um tempo, Ozen convidou Shachar para um Seder de Pessach. Shachar descreve seu encontro com o feriado judaico como uma grande surpresa. "Eu morava em um canteiro de obras e quando Nissim se mudou para a casa nova, ele me convidou para o feriado", diz Shachar. "Eu nĆ£o sabia nada sobre o feriado e meu hebraico nĆ£o era muito bom. Ele disse que era PĆ”scoa. Ele foi e me comprou camisas e calƧas brancas. Cheguei Ć  noite e vi uma longa mesa cheia de comida deliciosa , com todos de branco, sem pĆ£o Ć  vista, cuscuz e saladas. Ele me contou a histĆ³ria sobre a escravidĆ£o do povo judeu no Egito, como eles foram libertados pelo Todo-Poderoso e como hoje somos um povo livre em nossa terra."
Aquela PĆ”scoa nĆ£o foi apenas o primeiro feriado judaico que Shachar encontrou, mas tambĆ©m a primeira vez que ele expressou sua convicĆ§Ć£o de querer se tornar judeu. "Eu nĆ£o sabia hebraico direito na Ć©poca, mas o que saiu da minha boca foi 'quero ser judeu'", diz ele. "Ele (Nissim Ozen, 13) me disse: 'NĆ£o, um judeu nasce judeu e continua sendo judeu. Um Ć”rabe nasce Ć”rabe e continua sendo Ć”rabe.' NĆ£o me convenci e fui atĆ© a vizinha depois da refeiĆ§Ć£o. Disse a ela que queria ser judia e ela me encaminhou para o rabinato local."
Shachar nĆ£o tinha noĆ§Ć£o do que um "rabinato" significava, mas depois de um longo processo de aprendizado e questionamentos pessoais, ele finalmente se converteu com a ajuda do rabino Tzafania Drori de Kiryat Shmona.
Shachar conheceu sua esposa Edith no Facebook. A princĆ­pio, depois de vĆ”rias tentativas frustradas de contatĆ”-la, ele parou de tentar. Alguns dias depois, ela voltou para ele e disse que nĆ£o estava interessada "mas talvez ele pudesse conhecer um de seus amigos". "Eu disse a ela que queria conhecĆŖ-la, mas ela recusou educadamente. Duas horas depois, ela voltou para mim e concordou com um encontro", lembra ele. Seu namoro durou cerca de onze meses atĆ© o fim de semana passado, a jornada Ćŗnica do casal chegou a uma conclusĆ£o feliz quando os dois se casaram "de acordo com as leis de MoisĆ©s e Israel".
Edith tambĆ©m Ć© convertida ao judaĆ­smo da cidade hĆŗngara de Ɠzd.
" O rabino me disse para me casar no mĆŖs de Elul, o mĆŖs da misericĆ³rdia e do perdĆ£o", diz Shachar. "A cerimĆ“nia de casamento foi realizada na praia de Rishon Lezion, em colaboraĆ§Ć£o com o municĆ­pio e o conselho rabĆ­nico local. Foi modesto, com a participaĆ§Ć£o de familiares e amigos prĆ³ximos. Meu pai Ć© Nissim Ozen, meus irmĆ£os sĆ£o seus filhos."
Shachar nĆ£o mantĆ©m nenhuma conexĆ£o com sua famĆ­lia biolĆ³gica e vĆŖ os Ozens como seus verdadeiros parentes de sangue. Questionado se algum dia consideraria renovar o relacionamento com sua famĆ­lia, ele responde: "A conexĆ£o com eles nĆ£o me faz bem. Quando as crianƧas sĆ£o criadas para odiar e nĆ£o amar, eu nĆ£o quero esse relacionamento".
No futuro, Shachar espera produzir um filme sobre sua vida comeƧando em Khan Yunis, onde ele se lembrarĆ” de "ser ensinado a assassinar judeus, sobre a 'prisĆ£o palestina' com sete nĆ­veis de inferno, e sobre como Ć© ter um Alma judaica e amor sem limites."

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