Hot Widget

Type Here to Get Search Results !

Grupos neonazistas crescem no Brasil

Top Post Ad

Delegado sobre mensagens em celulares de neonazistas: 'Falam de morte a judeus, negros e nordestinos'
Grupos neonazistas crescem no Brasil

Operação Bergon cumpriu 31 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira. Quatro pessoas foram presas após investigação que durou sete meses
Material apreendido na Operação Bergon, realizada nesta quinta-feira (16)
Rio - A polícia encontrou mensagens de ódio e ameaças de morte em celulares apreendidos na Operação Bergon, realizada na manhã desta quinta-feira (16). Suspeitos de cometerem crimes de racismo e antissemitismo nas redes sociais foram alvos da ação que aconteceu em sete estados do Brasil. No Rio de Janeiro, quatro pessoas foram presas em diferentes municípios.
“São mensagens de intolerância racial e religiosa, falam de morte a judeus, morte a negros, morte a nordestinos”, disse o delegado Rodrigo Coelho durante a coletiva de imprensa na Cidade da Polícia. 
“Foi feita uma análise profunda dos celulares apreendidos e o MP sempre irá apoiar a manifestação de pensamento. Acontece que a manifestação do pensamento deixa de ser protegida pela liberdade de expressão quando é disseminação do ódio”, declara.
Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária. Segundo as investigações, os suspeitos estariam disseminando ódio nas redes sociais e dispostos a praticar atos de violência, como lesões corporais e até homicídios contra as vítimas.
A ação, já encerrada, é resultado de sete meses de investigação da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), especializada da Polícia Civil do Rio, e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público fluminense. A investigação se deu em maio, a partir da análise dos eletrônicos apreendidos com Fabiano Mai, 18 anos, que matou três crianças e duas professoras a facadas em uma creche de Saudades, Santa Catarina, foram encontradas conversas, pela internet, de ódio e racismo com jovens de diversos estados brasileiros.  
“Tudo teve início na apreensão de um celular e tivemos autorização para analisar esse celular. Entramos em um mundo que pra muitos não é algo comum, mas alguns povos já sofreram muito na mão de pessoas responsáveis por crimes contra humanidade. Analisamos diversos grupos de WhatsApp e vimos a disseminação de práticas preconceituosas, hierarquia racial, antissemitismo, intolerância religiosa”, revela o promotor Bruno Gaspar.
A operação também contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).  A ação aconteceu ainda em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Um taco com arame farpado foi encontrado na casa de um dos suspeitos. Foram apreendidos ainda outros materiais como facões, armas, arco e flecha, facas, machadinhas e uniformes militares.
Na casa de outro suspeito, a polícia encontrou livros que falam sobre a vida de Adolf Hitler, líder do nazismo. Em outra residência, a suástica, um dos símbolos mais conhecidos do nazismo, estava desenhada em portas e paredes.
Michel Gherman, coordenador do núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ, estima que exista entre dezenas e centenas de grupos neonazistas no Rio de Janeiro. "O Brasil é o país que teve o maior crescimento de neonazistas no mundo entre 2018 e 2021. É um crescimento fora de série, que marca uma tensão de entender o que está acontecendo".
Em 15 anos, a SaferNet Brasil recebeu e processou 248.107 denúncias anônimas de neonazismo envolvendo 28.598 páginas (URLs) distintas (das quais 24.292 foram removidas) escritas em sete idiomas e hospedadas em 1.208 domínios diferentes, de 55 diferentes TLDs e conectados à Internet através de 1.694 números IPs distintos, atribuídos para 37 países em 4 continentes.

Below Post Ad

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.